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Escolas da zona leste de São Paulo suspendem aulas por falta d’água

Entrada da E.E. Prof. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello | André Porto/Metro
Entrada da E.E. Prof. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello | André Porto/Metro

A crise hídrica no Estado já está afetando a rotina das escolas. Na manhã de terça-feira, alunos da escola estadual Professor Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, em Itaquera, zona leste de SP, foram surpreendidos ao chegar para as aulas e serem informados que elas estavam suspensas porque não havia água no colégio. Segundo pais de estudantes, o mesmo problema já havia ocorrido na segunda-feira, no período da tarde.

Na última quinta-feira, na vizinha Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Professora Maria Vitória da Cunha, funcionários ligaram para os pais buscarem seus filhos antes do horário porque não havia água para fazer a merenda.

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Uma funcionária da escola de educação infantil, que pediu para não ser identificada, disse que foi difícil controlar as crianças porque elas não podiam sequer utilizar o banheiro e nem beber água.

As duas escolas ficam a 1,1 km de distância do Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo no Brasil.

Segundo o bombeiro André de Souza, de 29 anos, que mora em frente à Professor Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, a falta de água na região tem sido frequente. “Nem adianta ligar o chuveiro depois das 20h”, afirmou.

Ele tem uma sobrinha e uma afilhada, ambas de 9 anos, matriculadas na escola. “Tiveram que ficar em casa após a inspetora dizer que não ia ter aula por falta de água”, disse.

O fotógrafo Eric Ribeiro, de 29 anos, estava preocupado em saber se haveria aula nesta quarta para seu filho de 9 anos. “Tive que me virar para ficar com ele. Não sei como vai ficar nesta quarta-feira. Não avisaram nada.”

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação diz que o conteúdo das aulas será reposto. A Sabesp afirmou que enviou uma equipe à escola ontem e que foi constatado um problema interno nas instalações hidráulicas.

A Secretaria Municipal da Educação nega que os alunos da Emei tenham sido dispensados e afirma que o colégio possui caixa d’água.

Cidades já enfrentam racionamento há seis meses
Pelo menos 16 cidades do Estado de São Paulo já enfrentam racionamento de água. Itu, no interior, e em Guarulhos, na Grande São Paulo, já adotam a medida há seis meses.

A concessionária Águas de Itu fornece água à população em dias alternados,  apenas das 18h às 4h. O MP (Ministério Público) chegou a recomendar à prefeitura que reconheça estado de emergência e calamidade pública na cidade por conta da seca, mas a recomendação ainda não foi atendida pela prefeitura.

A concessionária afirma já ter pedido licença para obras de captação de dois rios, que ampliaria em 62% a capacidade de água na rede de abastecimento local.

Em Guarulhos, a distribuição de água também ocorre um dia sim, outro não. Na cidade, quem cuida da distribuição de água é o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). O órgão está oferecendo descontos para quem diminuir o consumo. 

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