A crise hídrica no Estado já está afetando a rotina das escolas. Na manhã de terça-feira, alunos da escola estadual Professor Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, em Itaquera, zona leste de SP, foram surpreendidos ao chegar para as aulas e serem informados que elas estavam suspensas porque não havia água no colégio. Segundo pais de estudantes, o mesmo problema já havia ocorrido na segunda-feira, no período da tarde.
Na última quinta-feira, na vizinha Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Professora Maria Vitória da Cunha, funcionários ligaram para os pais buscarem seus filhos antes do horário porque não havia água para fazer a merenda.
Recomendados
Resultado da Lotofácil 3065: prêmio desta quinta-feira vale R$ 4 milhões
“Quer ganhar um fuzil?” Motoboy rifava armas e munições em São Paulo
Saiba quem é a influenciadora digital grávida que morreu após complicações da dengue, em Goiânia
Uma funcionária da escola de educação infantil, que pediu para não ser identificada, disse que foi difícil controlar as crianças porque elas não podiam sequer utilizar o banheiro e nem beber água.
As duas escolas ficam a 1,1 km de distância do Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo no Brasil.
Segundo o bombeiro André de Souza, de 29 anos, que mora em frente à Professor Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, a falta de água na região tem sido frequente. “Nem adianta ligar o chuveiro depois das 20h”, afirmou.
Ele tem uma sobrinha e uma afilhada, ambas de 9 anos, matriculadas na escola. “Tiveram que ficar em casa após a inspetora dizer que não ia ter aula por falta de água”, disse.
O fotógrafo Eric Ribeiro, de 29 anos, estava preocupado em saber se haveria aula nesta quarta para seu filho de 9 anos. “Tive que me virar para ficar com ele. Não sei como vai ficar nesta quarta-feira. Não avisaram nada.”
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação diz que o conteúdo das aulas será reposto. A Sabesp afirmou que enviou uma equipe à escola ontem e que foi constatado um problema interno nas instalações hidráulicas.
A Secretaria Municipal da Educação nega que os alunos da Emei tenham sido dispensados e afirma que o colégio possui caixa d’água.
Cidades já enfrentam racionamento há seis meses
Pelo menos 16 cidades do Estado de São Paulo já enfrentam racionamento de água. Itu, no interior, e em Guarulhos, na Grande São Paulo, já adotam a medida há seis meses.
A concessionária Águas de Itu fornece água à população em dias alternados, apenas das 18h às 4h. O MP (Ministério Público) chegou a recomendar à prefeitura que reconheça estado de emergência e calamidade pública na cidade por conta da seca, mas a recomendação ainda não foi atendida pela prefeitura.
A concessionária afirma já ter pedido licença para obras de captação de dois rios, que ampliaria em 62% a capacidade de água na rede de abastecimento local.
Em Guarulhos, a distribuição de água também ocorre um dia sim, outro não. Na cidade, quem cuida da distribuição de água é o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). O órgão está oferecendo descontos para quem diminuir o consumo.
Clique na imagem abaixo para ampliá-la
[poll id=»265″]