Foco

Guerra entre facções mata um após ocupação da Maré

Horas depois da ocupação do complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, pelas forças de segurança do Estado, uma provável guerra entre facções deixou um adolescente, de 15 anos, morto. Jovens rivais de duas comunidades da região, Baixa do Sapateiro e Nova Holanda, estariam jogando pedras uns contra os outros, até que um deles tirou uma pistola e atirou, dando início ao confronto.

ANÚNCIO

Além do morto, que foi encaminhado para a UPA Vila do João, mas não resistiu, outros dois menores ficaram feridos e deram entrada no Hospital Federal de Bonsucesso. Um de 16 anos foi baleado nas costas e um de 13, na face.

Leia também:

Recomendados

PF prende sargento da PM durante ocupação da Maré

À tarde, 27 jovens foram detidos por policiais do Batalhão de Choque, acusados de depredar carros. Eles estavam jogando pedras em veículos que passavam na Linha Vermelha. Segundo familiares, o grupo foi protestar na via expressa contra a morte do adolescente atingido por tiros.

As 15 favelas da Maré, onde moram mais de 122 mil pessoas, foram ocupadas no início da manhã. Com apoio de blindados da Marinha, cerca de 1,5 mil policiais entraram no complexo e retomaram o território em 15 minutos, sem disparar um tiro. Às 9h40, as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio foram hasteadas. “Estou aqui rezando para vir a paz”, comentou Maria do Socorro da Silva, moradora da Maré.

Na operação, 13 pessoas foram presas dentro do complexo e também em outras ações realizadas na cidade e na região metropolitana. Entre elas, Daiene Rodrigues, presa pela Polícia Federal em Niterói. Ela é ex-namorada de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, chefe do tráfico da Maré, preso na semana passada.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, 118 pessoas já foram presas desde 21 de março, quando começaram os preparativos para a ocupação do complexo. A data para a entrada das Forças Armadas nas comunidades deve ser definida nesta semana.

Durante a varredura, os agentes apreenderam 452 kg de maconha e encontraram armas e carregadores que estavam enterradas nas proximidades da Vila Olímpica e do Ciep Maré.

“Essa ocupação é muito significativa, demonstra que não toleramos de forma nenhuma o poder paralelo, seja a milícia, o comando A ou B. Gerações nasceram aqui e se acostumaram a conviver com uma pessoa de fuzil, um jovem, às vezes amigo da escola, determinando quem entra e quem sai. Quantos jovens assistiram a esses meninos morrerem, mães desesperadas, serviços públicos paralisados por causa de tiroteio… É uma cidade dentro da cidade que se integra à cidade. É um dia histórico”, comemorou o governador Sérgio Cabral, que acompanhou a ação do Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova.

 

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Drogas encontradas durante ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Ocupação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/Reuters

Tags

Últimas Notícias