Foco

MP quer obrigar prefeitura a indenizar vítimas de inundações

Os prejuízos causados pelo forte temporal desta terça-feira eram mais do que esperados. Foi preciso pouco mais de uma hora de chuva para que a cidade virasse um caos. Dos 10 pontos com alagamentos intransitáveis, 4 já são velhos conhecidos da prefeitura e estão em uma lista dos 16 piores pontos feita pela CET (Companhia Engenharia de Tráfego). A companhia instalou placas nestas vias informando que os locais são sujeitos a alagamentos. (Vote na enquete no fim do texto)

Sem medidas efetivas para acabar com o problema, as cenas se repetiram. Por volta das 13h30, o céu escureceu. Até às 15hh30, quando o temporal parou, foram registrados 9 milímetros. A média para o mês são 188,6 milímetros.

A chuva logo provocou estragos. Na Vila Madalena, na zona oeste, no local chamado “Beco do Batman”, carros foram arrastados pela enxurrada. Lojas também foram invadidos pela água. Segundo a estudante Camila Andrade, de 23 anos, moradora da região, o ponto mais crítico era na rua Aspicuelta. “Vi gente gritando enquanto os carros eram levados pela enxurrada”.

Recomendados

Árvore caída sobre os carros na rua Alto do Bonfim, na região da Vila Santa Catarina | Sandro Araújo/Ouvinte SulAmérica Trânsito

Na avenida Roque Petroni, zona sul, motoristas ficaram ilhados em cima de um carro que estava quase submerso.

“A prefeitura sabe onde estão e quantos são os locais que alagam e deveria usar esse mapeamento para resolver a situação e não remediar. São locais com problemas de drenagem, que precisam de investimentos”, afirma o consultor ambiental Alessandro Azzoni.

O temporal também afetou a circulação na CPTM e no metrô. Trens da linha 8-Diamente da CPTM deixaram de circular entre as estações Lapa e Barra Funda por volta das 14h40 e só voltaram a operam meia hora depois. Na linha 1-Azul do metrô, os trens seguiam em velocidade reduzida entre as estações Tiradentes e Tucuruvi. Situação semelhante enfrentavam os passageiros da linha 3-Vermelha.

Com base em dados da prefeitura, o MP (Ministério Público) identificou 422 pontos na cidade que sofreram ao menos quatro inundações anuais, entres os meses de novembro e abril de 2005 a 2013. Por causa dos recorrentes alagamentos, o promotor Maurício Ribeiro Lopes entrou com uma ação na Justiça para obrigar a prefeitura a resolver o problema e indenizar as vítimas de alagamentos.

Outro lado

Árvore caída na rua Cotoxó, na altura da rua Padre Chico, na Vila Pompeia | Daniela Florenzano/SulAmérica Trânsito

A Secretaria das Subprefeituras afirma que a instalação das placas de alerta é uma medida de contingência para minimizar os transtornos. No total, 79 pontos com recorrência de alagamento passarão por intervenções como restauração de margens, sistemas de galerias de águas pluviais e pavimentação.

Na Vila Madalena, a prefeitura afirma que realiza limpeza semanal, com retirada de material depositado no entorno e limpeza manual de galerias de águas pluviais. Para o local, está prevista a construção de um piscinão. A região das avenidas Sumaré e Pompéia será contemplada com as obras nos córregos Água Preta e Sumaré.

População pode apontar ruas que ficam alagadas

Com informações dos ouvintes, a BandNews FM está mapeando as áreas que ficam alagadas sempre que chove forte na cidade.

Até terça, a ação “Choveu Alagou” recebeu 184 reclamações sobre 105 ruas e avenidas. A primeira colocada no ranking é a avenida Mofarrej (zona oeste), com 22 reclamações. Em segundo lugar aparecem as avenidas Ricardo Jafet e Professor Abraão de Moraes (zona sul), com cinco reclamações, cada. Em seguida vem o vale do Anhangabaú (centro), com 4 queixas.

pontos-que-alagam-em-sao-pauloPara participar, os ouvintes e os leitores do Metro Jornal podem enviar fotos com a hashtag #ChoveuAlagou para a página da BandNews FM no Facebook e no Twitter.

Alckmin quer construir canal para captar água

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu no final da tarde com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para discutir medidas em relação aos baixos níveis do sistema Cantareira. Alckmin quer que a ANA (Agência Nacional de Águas) autorize a construção de um canal de 15 km de extensão para buscar água na bacia dos rios piracicaba, Capivari e Jundiaí. Os canais levariam água para os reservatórios do sistema Cantareira. O plano seria bancado pelo Estado, mas precisa ser autorizado pela ANA.

O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) afirmou que a chuva que atingiu a capital ontem não chegou à região do sistema Cantareira. Ontem, o nível dos reservatório era de 14,9%, o menor da a história.

O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) criticou ontem o governador. Segundo o ex-prefeito, a gestão atual não soube lidar com o esgotamento da capacidade do sistema Cantareira. “Existe uma suposição de que houve falta de planejamento. Me parece que houve um descuido”, disse.

Placa publicitária cai sobre rede de alta tensão na avenida Marques de São Vicente | Debora Mendonça/BandNews FM

[poll id=»210″]

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos