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Protesto de caminhoneiros termina em tumulto na Ceagesp

Caminhoneiros contrários à cobrança da tarifa de estacionamento da Ceagesp (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo), na zona oeste de São Paulo, fizeram barricadas e colocaram fogo em uma caçamba logo após a portaria do armazém.

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Profissionais de imprensa que estavam dentro da Ceagesp foram expulsos e não puderam acompanhar os acontecimentos, segundo a reportagem da SulAmérica Trânsito.

Segundo o Coronel Mauro Lopes, da Polícia Militar, os manifestantes se dispersaram após chegada do Batalhão de Choque e ainda não há informações sobre presos. O coronel alegou que a PM demorou para chegar no local por causa do trânsito na Marginal Pinheiros.

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O tumulto aconteceu um dia após o início da cobrança de estacionamento. Alguns caminhoneiros, que não quiseram se identificar, disseram que a cobrança é um absurdo porque não foi feita nenhuma melhoria no local, além disso não há espaço suficiente para os caminhões. Eles dizem que a única reforma foi a instalação de câmeras de segurança.

A Ceagesp informou que a cobrança do estacionamento é a última etapa de um processo de modernização da unidade. O objetivo é tornar mais rígido o controle do acesso de veículos e pessoas, pois foram registradas denúncias de exploração sexual dentro do entreposto. Segundo a companhia, a área tem 700 mil metros quadrados, por onde circulam diariamente 12 mil veículos por dia.

O órgão nega que a cobrança traga impactos no preço dos alimentos. Um estudo da Ceagesp aponta que o custo do estacionamento representaria, em média, um acréscimo de R$ 0,02 nos produtos comercializados.

Trânsito caótico

O congestionamento de caminhões na Ceagesp foi causado por um maior tempo de parada dos motoristas na cancela de entrada do local, segundo o diretor-técnico operacional da companhia, Luiz Gonçalves Ramos. Em entrevista à BandNews FM, Ramos relata que os caminhoneiros paravam para perguntar detalhes sobre a cobrança de taxa para estacionamento no armazém da capital, que começou ontem. “Houve um atraso porque o caminhoneiro que entrou queria explicações e demorava um pouco mais nas cancelas”.

Cabine de cobrança também foi depredada | Mauricio Camargo/Eleven/Folhapress

Filas de caminhões e carretas foram vistas na Avenida Doutor Gastão Vidigal, que dá acesso ao Ceagesp, na zona oeste de São Paulo. Elas eram tão grandes que saíram da cidade e chegaram a Osasco, na região metropolitana, pela Ponte dos Remédios. Relatos à Rádio Bandeirantes mostram que alguns motoristas demoraram três horas para entrar no armazém. O diretor nega que tenha acontecido problemas na cancela, mas foi por causa dela que houve lentidão. “Você tem o problema de um pouco de demora do motorista que pergunta como paga”.

Ramos relativiza e diz que a sexta-feira é sempre um “dia complicado”, relatando a realização de uma feira de flores no local e reposição do estoque, por exemplo. “Esta sexta foi excepcional. Sexta que vem talvez tenhamos algum problema, mas não tão grave quanto hoje”. Para que isso aconteça, ele comenta que há conversas com sindicatos para que a feira de flores, que acontece até às 10h30, passa a ser encerrada às 7h. “Vai facilitar a entrada [das cargas] de horti-fruti”, acredita.

O diretor, porém, não considera permitir a abertura da Ceagesp mais cedo em razão do trabalho de limpeza. “Temos horário de entrada para que tenha condições de fazer a limpeza”. Para o serviço, não é permitido trânsito de veículos nem a realização de carga e descarga, conta o entrevistado.

O trânsito na região teria apresentado problemas em apenas dois horários, segundo Ramos. Das 4h às 5h, e das 7h às 8h30. “Sexta-feira é tradicional acontecer isso aí em picos de horários. Semana que vem isso aí estará praticamente resolvido. O que vamos tentar fazer, informando do lado de fora como ele tem que fazer para que ele não pare”.

Policias ao lado de caminhão queimado pelo manifestantes | Mauricio Camargo/ Eleven/ Folhapress

Reprodução TV

Reprodução TV

Reprodução TV

Houve lentidão na região da Ceagesp nesta manhã:

Ontem, cobrança por estacionamento gerou polêmica:

 

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