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Sistema Cantareira pode ficar sem água em agosto, diz comitê

Relatório feito pelo comitê anticrise que monitora a situação do sistema Cantareira mostra que, no pior cenário, o manancial que abastece a Grande São Paulo e a região de Campinas pode ficar sem água até o fim de agosto.

O relatório elabora três cenários possíveis, com base em simulações de quantidade de chuva e captação da água. No cenário mais otimista, o volume útil do sistema Cantareira atingido 17% em novembro, encerrando o ano com 21%.

Na segunda simulação, o volume útil cairá para 3%, e encerrará o ano com 5%. No cenário mais pessimista, que considerou as médias mensais de chuva de 1953, o pior da história, o sistema ficará seco em agosto.

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Na quarta-feira, o volume do sistema voltou a cair, atingindo 18,2% da capacidade total.

Coordenado pela Ana (Agência Nacional de Águas), o comitê ainda conta com representantes do Daee (Departamento de Águas e Energia de São Paulo) e da Sabesp.

O documento, o primeiro divulgado pelo grupo desde o agravamento da situação, ressalta que, caso o cenário mais pessimista se concretize, a alternativa viável é a utilização do chamado “volume morto” do sistema, ou seja, a água existente no subsolo dos reservatórios.

Para tornar essa operação viável, o governo já autorizou a compra de bombas de captação pela Sabesp. Em uma primeira etapa, a previsão é utilizar 50 milhões de metros cúbicos dos 400 milhões disponíveis no “volume morto”.

O comitê anticrise também orienta a Sabesp a utilizar a água dos reservatórios Atibainha e Jacareí para compensar o déficit do Cantareira.

O pacote de medidas emergenciais deve ficar disponível até o meio do ano, período de estiagem.

Descartado pelo governador Geraldo Alckmin, o racionamento de água é visto como pouco eficaz pelos membros do comitê. Segundo o relatório, a adoção da medida terá baixa eficiência.

Deficit

Levantamento feito pelo comitê mostra que, entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, o acúmulo de água no Cantareira foi, em média, de 18,96 metros cúbicos por segundo. No mesmo período, a retirada foi de 35,61 metros cúbicos por segundo, o que resultou em um deficit de 16,65 metros cúbicos.

O órgão ressalta que essa situação ocorre no período em que o reservatório deveria passar por um período de cheia. A situação de pouca chuva e manutenção elevada do consumo deve persistir até o final de fevereiro.

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