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Corpo de cinegrafista da Band é cremado nesta quinta no RJ

O velório do cinegrafista da Band Santiago Andrade foi realizado nesta manhã no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Às 8h30, o público em geral também pôde se despedir de Santiago, cujo caixão está coberto com a bandeira do Flamengo. A cerimônia foi seguida de uma celebração para a família do profissional morto durante a manifestação da quinta-feira passada no centro carioca. O corpo do cinegrafista foi cremado por volta do meio-dia.

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A família decidiu doar os órgãos de Santiago. Seus rins e o fígado já foram transplantados. E as córneas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, estão no Banco de Olhos do Rio de Janeiro.

Velório começou às 8h:

Homenagens

Cinegrafistas e fotógrafos fizeram uma nova homenagem a Santiago, desta vez, no centro de São Paulo. O ato foi em frente a Catedral da Sé. Pelo menos 40 pessoas se reuniram no local no início da noite de quarta-feira. Os profissionais deixaram as câmeras no chão e acenderam velas. No fim, o grupo bateu palmas durante 30 segundos.

Em outra homenagem a Santiago, o movimento «Rio de Paz» estendeu nesta quinta-feira uma cruz preta de 15 metros na areia da praia de Copacabana, zona sul da capital fluminense. Uma câmera com flores, uma faixa com a foto dele e uma mensagem também compõem o cenário.

Suspeito

Caio Silva de Souza, preso na madrugada de quarta-feira sob a suspeita de ter acendido o rojão que atingiu o cinegrafista da Band Santiago Andrade, lamentou a morte do profissional em entrevista à repórter Mônica Puga. “Eu lamento, porque [Santiago] era um trabalhador igual a mim”, declarou Souza em mensagem para amigos e familiares do cinegrafista.

O suspeito foi preso em Feira de Santana, na Bahia. O jovem, de 22 anos, foi encontrado em uma pensão. Ele foi trazido para o Rio de Janeiro, onde está preso em Bangu.

Coletiva

À polícia, Souza não admitiu ter acendido o artefato. “Ele deixou claro que não falaria a respeito dos fatos. Não admitiu nem negou nada que lhe é atribuído”, informou o delegado Mauricio Luciano, responsável pelo caso, em coletiva de imprensa de quase 50 minutos de duração.

De acordo com Luciano, o advogado do suspeito diz que Souza se pronunciará apenas em juízo. O fato, porém, não muda a posição dos investigadores sobre o crime. “Para a polícia, a confissão é apenas mais um elemento. Temos prova técnica, de vídeo. Não tenho dúvida que foi ele, mas não temos a confissão”, aponta o delegado. «Ele está sendo muito cauteloso, talvez instruído pelo advogado para falar no momento que ele entender oportuno».

Prisão
O suspeito estava assustado em um quarto pequeno de uma pensão quando foi encontrado pela polícia nesta madrugada em Feira de Santana. “Ele estava extremamente assustado. Acalmei ele e garanti seus direitos”, explicou o delegado Luciano, que esteva no momento da detenção de Caio.

O delegado estava acompanhado da namorada e do advogado do suspeito. “O advogado auxiliou, confirmado o destino dele, diz Luciano. O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, também reforçou a importância do defensor. “A polícia chegou primeiro ao Caio por causa da intervenção do advogado”.

Para Luciano, o sucesso da investigação deve-se ao respeito aos direitos do detido. Um desses pontos é a permissão para que a namorada conversasse com ele antes que a polícia entrasse no quarto da pensão. “A operação não teve qualquer tipo de intercorrência ou que pudesse acarretar qualquer tipo de prejuízo futuro”.

Saída do Rio
O delegado relata que, segundo informações de vizinhos, o suspeito saiu de casa na segunda-feira de manhã com uma mochila na companhia do pai e da madrasta. “Também tivemos informações de que ele teria ido para uma cidade do Nordeste. Ele comprou uma passagem para Ipu, no Ceará, onde moram os avós paternos“, conta Luciano.

No meio do caminho, o suspeito foi convencido a desistir da fuga pelo advogado e pela namorada. Com o defensor, ele combinou um local onde pudesse ser encontrado. O suspeito foi, então, encontrado pela polícia – que também o seguia por meio de investigações de seu departamento de inteligência, o Cinpol – na pensão baiana.

Delegado já sabia da fuga de Caio:

Comportamento
Algo que será analisado pelos investigadores é a postura do suspeito. “Percebemos que, nas relação pessoais, ele tem uma personalidade diferente do que ele apresentou nesse caso do Santiago”, diz o delegado Luciano, que lembra da reação dos vizinhos e colegas de trabalho quando souberam do envolvimento dele na morte do cinegrafista.

No dia a dia, segundo o relato dos vizinhos aos investigadores, Caio mostra-se uma pessoa quieta, que cumprimenta a todos, comportamento que mudaria em aglomerações. “Na multidão, ele se transforma e passa a agir de forma violenta”, diz Luciano na coletiva. Em razão dessa análise, o delegado ainda pretende investigar se ele foi manipulado «para agir dessa forma em manifestações».

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