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Suspeito é indiciado por tentativa de homicídio de cinegrafista

Fábio deu depoimento sobre a explosão do artefato | Reprodução/Band
Fábio deu depoimento sobre a explosão do artefato | Reprodução/Band

A Polícia Civil do Rio de Janeiro considerou “inverossímil” o depoimento dado, na madrugada de hoje, pelo estudante universitário Fábio Raposo Barbosa, de 23 anos, suspeito de participação do lançamento de um artefato que atingiu o cinegrafista do Grupo Bandeirantes Santiago Andrade durante uma manifestação no último dia 6. Fábio foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão.

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A avaliação foi apresentada pelo delegado titular da 17ª DP (Delegacia Policial), de São Cristóvão, Mauricio Luciano, responsável por comandar as investigações do caso.  Segundo Luciano, Fábio “preparou uma versão com seu advogado para se eximir de responsabilidade”.

“Mas o delegado que o interrogou, da 16ª DP, me ligou passando a impressão que ele teve. Viu que ele estava nervoso, gaguejando. A história dele  não convence”, assegurou. Segundo o delegado, Fábio se apresentou com a profissão de tatuador e negou pertencer aos Black Blocs.

O delegado aponta que imagens mostram o rapaz caminhando lado a lado com o principal suspeito, embora afirme não conhecê-lo. “Tudo que ele falou não se coaduna com as imagens e não nos convenceu”. Por isso, Fábio Raposo foi indiciado.

 

Imagens deram novos rumos à investigação:

 

Reincidência

O suspeito já tem duas passagens pela polícia. Na 5ª DP, ele foi autuado, em 7 de outubro do ano passado, e responde por crime de dano ao patrimônio público e associação criminosa. Na 14ª DP, em 22 de novembro de 2013, por crime de ameaça.

Ambas as situações envolvem contextos de desordem pública, informou o chefe do Departamento Geral de Policiamento da Capital, José Pedro Costa. “Ele é contumaz na participação nas manifestações”, indicou Maurício Luciano.

A polícia espera que, no depoimento marcado para a próxima segunda-feira, o fotógrafo de “O Globo” que diz ter presenciado o crime esclareça se o artefato já estava aceso ou não quando se encontrava no chão. “Isso a gente vai esclarecer com a prova testemunhal”.

 

Rojão usado tem restrição de uso e venda:

 

O titular da 17ª DP esclareceu que a necessidade da prisão de Fábio Raposo será analisada ao longo da investigação. Ele já foi ouvido e indiciado, ou seja, é considerado alguém sobre quem pesam indícios de participação em uma conduta criminosa.

“A gente está tratando ele como coautor desse crime”. Luciano disse que, se o cinegrafista morrer, os suspeitos estarão sujeitos a pena que pode chegar a até 35 anos de reclusão.

Se houver necessidade, disse que a polícia poderá requisitar a quebra do sigilo telefônico do suspeito à Justiça, bem como resgatar informações trocadas pelo seu perfil do Facebook, que já foi apagado.

O delegado já pediu auxílio nesse sentido, inclusive, à DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática) para ver a possibilidade de resgatar a página de Fábio Raposo e as conversas travadas por ele no período.

 

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