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Trio é pego em flagrante ao tentar incendiar ônibus

Dois criminosos fugiram e um foi preso após depredarem um coletivo na zona sul de São Paulo na noite de ontem. Os infratores foram pegos em flagrante por policiais do 89º Distrito Policial, que estavam em uma operação preventiva. Os agentes avistaram os três criminosos depredando e se preparando para incendiar um coletivo.

Após a abordagem, a polícia conseguiu prender um bandido. Outros dois fugiram em direção a uma comunidade nas redondezas. No local onde estava o coletivo, os agentes apreenderam diversos artefatos, entre eles pedras e gasolina que seriam usados para queimar o ônibus. A ocorrência foi registrada no 89° Distrito Policial.

Mais de um ônibus foi destruído em SP em janeiro:

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Inquérito

O MP (Ministério Público) instaurou um inquérito para apurar as causas dos ataques a ônibus coletivos do transporte público na capital paulista e na região metropolitana. “Eu acho que é preciso saber o que está acontecendo, é preciso identificar os motivos para chegar a uma solução”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o promotor Saad Mazloum. “Esse comportamento criminoso prossegue e não se vê uma resposta mais efetiva do órgão incumbido da segurança da população, que é a Polícia Militar”.

Mazloum, porém, não aceita a ocorrência dos ataques. “É incompreensível que eles[incendiários] coloquem fogo nos ônibus. Estranhamos até que esses ataques prossigam durante dias”. Por esse motivo, o promotor já tem reuniões agendadas para os próximos dias.

Na semana que vem, ele deve ouvir o comando da Polícia Militar e representantes das concessionárias das áreas 4 (leste), 6 (sul), 7 (sudoeste) e 8 (oeste), onde têm ocorrido mais ataques. Na semana seguinte, será a vez da direção da SPTrans prestar depoimento, que servirá para embasar o inquérito, segundo o promotor. “Ele é justamente para isso. Eu realmente preciso ouvir para ter mais informações, saber o que está acontecendo, o que a polícia está fazendo e como pode fazer”.

Investigação

As autoridades ainda investigam se os grupos responsáveis por incendiar ônibus em São Paulo têm ligação com o crime organizado ou com os movimentos sociais, disse, ontem, o secretario de Segurança Pública do estado, Fernando Grella. O secretário diz que os motivos para a destruição dos veículos ainda não estão claros. De acordo com Grella, reuniões estão sendo feitas com a polícia e com as empresas para tentar coibir a ação.

 

Ataques têm acontecido constantemente na região metropolitana:

 

Reposição

As empresas de ônibus que tiveram seus veículos atacados por vândalos demoram de quatro a cinco meses para repor a frota, informa o presidente da SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Ônibus de SP), Francisco Christóvam. “Quando temos um incêndio de veículo, ele é totalmente retirado de circulação. A empresa encomenda um novo veículo. É prejuízo para os usuários e para as linhas daquela garagem”, contou em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Para o diretor de operação da SPTrans – que gerencia o transporte público paulistano –, Almir Chiarato, os ataques a ônibus devem ser combatidos com rigor pela polícia. “Precisa ter uma ação mais enérgica”, disse à Rádio Bandeirantes. “Nós, enquanto gestores, não entramos no setor de segurança. A Sptrans no outro dia [do ataque] quer outro ônibus na linha. Senão é multa por não cumprimento de frota. Nós estamos fazendo tudo o que podemos. A preocupação sempre foi o usuário de transporte público”.

Chiarato acredita que a situação já está fora de controle e pede uma atitude. “É questão de segurança, de polícia”. A visão é partilhada pelo presidente da SPUrbanuss. “Se fossem piromaníacos, diria que era caso de hospício. Mas são ataques criminosos”, diz Christóvam.  “Estivemos em contato com a cúpula da segurança pública estadual e estamos somando esforços na tentativa de achar uma solução para esse problema”.

Além dos usuários do sistema de ônibus paulistano, funcionários das prestadoras do serviço também estão sendo prejudicados, diz o sindicalista. “Operadores estão com receio de colocar sua vida em risco. Incendiários às vezes nem esperam que cobrador e passageiro saíam para colocar o veículo em chamas. É uma situação delicada que já ganhou dimensões preocupantes”.

Na quarta, em nota à Rádio Bandeirantes, a secretaria de Segurança Pública de São Paulo informa que “todos os casos de ônibus queimados estão sendo investigados pela polícia com firme objetivo de prender os acusados”.

Leia a íntegra da nota:“A Secretaria da Segurança Pública informa que todos os casos de ônibus queimados estão sendo investigados pela Polícia Civil, com o firme objetivo de prender os responsáveis. Além disso, a Polícia Militar mantém o policiamento preventivo e ostensivo para combater o problema. Prova disso foi a detenção realizada nesta terça-feira, 28, de oito pessoas por apedrejarem dois ônibus e atear fogo em um terceiro na região do M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. Dos detidos, seis são menores de 18 anos. Os detidos serão indiciados por associação criminosa, dano qualificado, resistência e por atear fogo ao ônibus, por incêndio”.

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