O pai do menino João Pedro, que foi atropelado junto com a avó, não acreditou quando o menino disse que o carro passou por cima de sua cabeça. “Não acreditei. Quando vi a imagem, cheguei a chorar. O choque foi maior do que quando encontrei ele”, disse Michel Alves de Castelo em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes.
Castelo foi avisado do acidente pela direção da creche que o menino, de 5 anos, frequenta em Anápolis, Goiás. Na ligação, ele recebeu a informação de que o acidente não havia sido grave. Ao conversar com o menino, o pai tentava explicar a ele que era difícil o carro ter atingido sua cabeça no atropelamento. “Se tivesse passado em cima, teria sido mais grave”, relata o que explicou à criança até conseguir ver o vídeo do acidente, o que o fez mudar de tese.
O menino e a avó, Vilma, de 56 anos, tiveram apenas ferimentos leves e já estão em casa. “João Pedro está bem, jogando bola, só não voltou a estudar ainda. Ele está com o dia a dia já normal”.
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Imagem mosta o momento do atropelamento:
Neymar
Agora, a família busca voltar à rotina. “Tentar esquecer um pouco, tentar levar a vidinha dele normal, realizar os sonhos. Ele quer ser jogador de futebol, tem vontade de conhecer Neymar”, conta Castelo. “A gente acredita que há males que vem para o bem. Se acontecer [de conhecer o jogador], vai ser muito bom”.
O pai agradece a Deus por todos terem sobrevivido à colisão. “Com certeza foi a mão de Deus que conseguiu tornar o peso daquele carro de mil no de uma pluma”.
Resistência
A estrutura óssea da criança tem capacidade de aguentar alguma deformidade, explica Bruno Massa, especialista em trauma infantil do Hospital das Clínicas de São Paulo. “O osso tem uma elasticidade diferente do adulto. Ele tolera um grau de deformação que o adulto não tolera”.
Como já passaram mais de 24 horas do acidente, ocorrido na tarde de terça-feira, Massa aponta que já é baixo o risco de algum resquício na saúde do menino. “A preocupação é sempre mais aguda com trauma ósseo, trauma craniano. Como já tem algumas horas do acidente, podemos ficar mais tranquilos. A chance de acontecer alguma outra coisa é muito pequena”, aponta o especialista, que afirma: “Esse é um caso ao extremo. Sem dúvida, podemos dizer que é um milagre”.