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PM não fará segurança em shoppings, diz secretário

Grella diz que PM vai agir se for necessário | Pedro Amatuzzi/Sigmapress/Folhapress
Grella diz que PM vai agir se for necessário | Pedro Amatuzzi/Sigmapress/Folhapress

A PM (Polícia Militar) não irá atuar dentro dos shoppings de São Paulo para tentar inibir os chamados “rolezinhos”. Ontem, o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, descartou a adoção de uma Operação Delegada exclusiva para os centros de compra.

O uso de policiais fardados durante as folgas no reforço da segurança dos centros de compra foi colocado em discussão após um pedido da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping). A entidade propôs pagar pelo serviço prestado pelos policiais, assim como ocorre com as prefeituras que aderem à Operação Delegada.

Na avaliação do secretário, os encontros marcados pelos jovens nas redes sociais não podem ser encarados como casos de polícia. “O rolezinho não pode ser considerado crime, mas um fenômeno cultural, motivo pelo qual não deve ser tratado como caso de polícia”, disse o secretário após encontro com o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira.

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Segundo Grella, os shoppings são espaços privados e responsáveis pela segurança de seus frequentadores. No entanto, ele afirmou que, caso seja necessário, a polícia irá agir firmemente para manter a ordem.

Reunião

A Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers) realizou ontem uma reunião com representantes de 55 shoppings. Segundo a entidade, o objetivo era definir “boas práticas” para evitar problemas com os rolezinhos.

O presidente da associação, Luiz Veiga, afirmou que cada shopping deve avaliar suas próprias ações preventivas para evitar furtos e tumultos. 

Sem-teto prometem ‘rolezão’

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) promete para hoje um “rolezão popular”. O ato deve ocorrer em dois shoppings da zona sul. A expectativa é de reunir 3 mil pessoas.

Os alvos do ato são o Poder Judiciário e os shoppings, que têm obtido liminares para impedir a realização dos encontros dentro dos centros de compras.  “O objetivo é denunciar o apartheid imposto contra os moradores de periferia, impedidos de circular nos shoppings”, publicou ontem o  MTST em sua página no Facebook.

No final de semana, pelo menos três shoppings conseguiram evitar os encontros utilizando decisões judiciais. O jovem que desrespeitasse a determinação  seria multado em R$ 10 mil.

O ato prometido para hoje conta com o apoio de outras duas entidades ligadas ao movimento dos sem-teto. Elas prometeram enviar moradores de ocupações, como da Nova Palestina, na região do Jardim Ângela, que abriga cerca de 8 mil pessoas, para o “rolezão popular”.

Facebook

A divulgação das liminares  gerou ontem no Facebook discussões entre os que apoiam a iniciativa e os que a classificaram como discriminação contra os moradores da periferia.

Os favoráveis às decisões afirmam que elas impedem o crescimento de uma onda de medo na cidade. Já os contrários alegaram que elas são discriminatórias e violentas. 

Eventos começaram como encontro de fãs e ‘ídolos’

Os primeiros “rolezinhos” foram marcados em 2012, mas eram diferentes dos atuais. No início, os encontros eram organizados para que fãs conhecessem seus ídolos. No caso, não se tratava de nenhum ator ou cantor, mas de jovens da periferia com perfis conhecidos nas redes sociais.

O número de pessoas que seguem essas páginas pode chegar a 80 mil. Como esses usuários não se conhecem pessoalmente, os encontros foram criados para quem quisesse ter um contato maior com seu “ídolo”.

Os locais escolhidos foram os shoppings da cidade. Primeiro aqueles que esses jovens já estavam acostumados a frequentar, mais afastados das áreas centrais.

As meninas chegam a levar presentes, como roupas de marca, bichos de pelúcia, cartas e perfumes para agradar os ídolos.

Segundo os participantes, o “rolezinho” também é um evento para “zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras, pegar geral e se divertir”.

Uma marca do evento também é o modo como os participantes se vestem. Os meninos normalmente usam camiseta, bermuda, tênis e boné de marca. Já as meninas capricham na maquiagem, nas roupas justas e salto alto. 

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