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Prefeitura de São Paulo já extinguiu 135 linhas de ônibus

Segundo a SPTrans, o fim das linhas oferecerá aos usuários alternativas de trajetos mais curtos e rápidos | Marco Ambrosio/Frame/Folhapress
Segundo a SPTrans, o fim das linhas oferecerá aos usuários alternativas de trajetos mais curtos e rápidos | Marco Ambrosio/Frame/Folhapress

Desde de que a prefeitura começou a reorganização do sistema de transporte, no ano passado, já foram extintas 135 linhas de ônibus na cidade. A quantidade representa 10%, do total (1,3 mil).

A prefeitura afirma que o objetivo é acabar com linhas sobrepostas e aumentar a fluidez dos coletivos, diminuindo o tempo de espera nos pontos. Na prática, a medida vem causando transtornos aos passageiros que agora precisam trocar de ônibus para chegar ao seu destino.

“Costumava pegar a linha Vila Madalena/Vila Monumento. Era uma excelente opção para chegar à região da rua Turiassu. Agora, quando venho da Vila Monumento, tenho que descer na Sé e pegar outro”, diz a coordenadora de eventos Juliana Ribeiro Conz, de 32 anos.

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Além do desconforto, passageiros afirmam que as informações sobre as mudanças foram insuficientes, uma vez que linhas tradicionais e muito utilizadas, como Jardim Miriam/Vila Gomes  e Metrô Santa Cruz/Rio Pequeno, estão entre as que foram extintas pela prefeitura.

“Só fiquei sabendo quando vi um folheto dentro do ônibus. Antes pegava só uma condução para ir de Santo Amaro até a Brigadeiro. Agora preciso trocar de ônibus e demoro meia hora a mais”, afirma a secretária Patrícia Moraes, de 40 anos.

Segundo a SPTrans, empresa que gerencia o sistema, o fim das linhas oferecerá aos usuários alternativas de trajetos mais curtos e rápidos. Além disso, foram criados 59 novos ramais. A empresa também afirma que nenhum dos 15 mil ônibus foi retirado de circulação, e que aumentou o número de coletivos nas linhas que não foram extintas.

Em relação à falta de informação, a SPTrans diz que foram feitas campanhas nos sites da prefeitura, distribuídos de panfletos e criadas edições especiais do “Jornal do Ônibus”.

Horácio Figueira – Consultor de Transportes: ‘Medida é boa, mas precisa de ajustes’

A reestruturação do sistema de transporte estava prevista desde 1976 e só agora começou a sair do papel. Ela será muito boa para a cidade porque teremos ônibus fazendo viagens mais curtas, e com uma frequência maior nas paradas.

O problema é que, em toda mudança desse tipo, é necessário fazer um trabalho de informação maciço, o que não tem ocorrido. Além disso, é natural que alguns ajustes sejam necessários. A prefeitura só vai conseguir saber onde está dando certo essas secções de linhas a partir de pesquisas que ainda não começaram a ser feitas.  Esses levantamentos vão apontar se o passageiro está realmente sendo beneficiado com a mudança. Acredito que só depois de fevereiro, quando voltarem as aulas, é que a SPTrans vai sair a campo para fazer isso.

A médio e longo prazo, a cidade vai perceber que a mudança é boa.

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