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‘Não sabia das imagens de violência’, diz secretário do MA

Uchôa aponta burocracia como um dos principais problemas da administração penitenciária / Reprodução TV
Uchôa aponta burocracia como um dos principais problemas da administração penitenciária / Reprodução TV

O secretário de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, Sebastião Uchôa, disse que ainda não teve acesso às imagens de presos decapitados no complexo de Pedrinhas, em São Luís no Maranhão. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Uchôa contou que estava em recesso nos últimos dias. “Retornei ontem às atividades. Eu estava de recesso por causa nobre. Estou com o pai em estado de quase partindo”. O secretário aponta que sua ausência foi suprida pela estrutura da pasta, com seu subsecretário e adjuntos.

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Apesar de não ter visto as imagens, Uchôa diz que o governo soube de outras, publicadas por um servidor público em uma página de rede social, que mostram presos decapitados.  Ele sofre processo na corregedoria neste momento. “Irresponsabilidade de estar divulgando essa imagem, criando clima de terror”, aponta o secretário.

Uchôa culpa a burocracia por não conseguir inaugurar novos presídios e realizar a transferência de detentos. “Não podemos transferir presos apenados. Temos que fazer uma seleção rigorosa para não fazermos injustiça. Cada preso tem que fazer um histórico detalhado. Pede-se autorização ao juiz do processo, tem um trâmite administrativo”, afirmou no programa “Manhã Bandeirantes”. “É melhor ter cautela e fazer tudo na legalidade. Estamos num câncer chamado burocracia estatal”.

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A respeito dos presídios maranhenses, o secretário diz que “está havendo revistas constantemente nas unidades”. “Se houve excesso, vai ser apurado”.

Uchôa aponta que o Maranhão tem reagido “em todos os sentidos”. “Projetos de construção de presidio já estavam em andamento”. Sobre o futuro, ele diz que, “se tivesse uma bola mágica, todo mundo estava melhor”. O secretário também considera que a situação encontrada nos presídios do estado é um “chamamento nacional para o problema” da administração penitenciária.

Decapitados

Um vídeo, divulgado nesta terça-feira pelo jornal “Folha de São Paulo”, mostra cenas de violência extrema no interior do complexo de Pedrinhas em São Luís, no Maranhão. Corpos de detentos são exibidos depois de terem sido decapitados. O chão da penitenciária apresenta-se forrado de sangue. As cabeças decepadas também são apresentadas como troféus pelos criminosos.

As imagens – gravadas pelos detentos – foram registradas no dia 17 de dezembro após um motim no presídio.

Informado pelo jornal a respeito do vídeo, o governo do Maranhão – liderado por Roseana Sarney (PMDB) – não se pronunciou sobre as imagens.

 

Roseana

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, lamentou, na noite de segunda-feira, a morte da menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 98% do corpo queimados durante ataque a um ônibus em São Luís. Em pronunciamento, a governadora repudiou os atos que culminaram no incêndio de quatro ônibus por bandidos armados na última sexta-feira. Mais quatro vítimas continuam internadas em hospitais da capital maranhense.

“Quero externar a minha dor pela morte da menina Ana Clara e transmitir a minha solidariedade aos seus familiares, em especial à sua mãe e irmãzinha de 1 ano, feridas no mesmo ataque criminoso”, disse Roseana Sarney, de acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do estado.

Autoridades estaduais acreditam que os ataques a ônibus e delegacias de polícia são uma resposta dos criminosos às mudanças impostas pela polícia no interior do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ao menos 60 presos foram assassinados no ano de 2013. Neste ano, dois detentos foram mortos.

A governadora reafirmou a sua determinação em “combater o crime e o tráfico de drogas”, afirmando que as ações da polícia vão continuar. “Da parte do governo, não faltarão força e determinação para enfrentar os criminosos e manter a paz e a tranquilidade”, disse. Hoje, Roseana Sarney aceitou ajuda do Ministério da Justiça para enviar os presos que são líderes das principais facções criminosas a penitenciárias federais.

A governadora disse também que já respondeu solicitação do Ministério Público Federal com informações sobre o sistema carcerário do Maranhão, onde, segundo ela, foram investidos mais de  R$ 130 milhões na construção de novos presídios, equipamentos, melhoria e manutenção das unidades existentes.

Menina

A menina de seis anos que teve 98% do corpo queimado em um ataque a ônibus no Maranhão faleceu nesta segunda-feira. A morte foi confirmada pela Secretaria de Saúde do Estado.

Na sexta-feira, quatro ônibus foram incendiados em São Luís, capital maranhense. Cinco pessoas ficaram feridas com queimaduras; entre elas, a menina morta nesta manhã. Ela acompanhava a mãe e uma irmã de um ano e cinco meses. No domingo, o avô de Ana Clara, morreu de infarto depois de saber o estado crítico da neta. Outras duas vítimas também correm risco de morte.

Além dos coletivos incendiados, duas delegacias foram atingidas por tiros e um policial aposentado foi morto.

Depois dos atentados, o governo do estado reforçou o policiamento nas ruas de São Luís.

 

Veja imagens dos ônibus incendiados:

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