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Ônibus tomba e deixa 16 feridos em MG

A queda de um ônibus deixou 16 pessoas feridas no norte de Minas Gerais. O acidente aconteceu na manhã desta terça na BR-135. Segundo as primeiras informações uma pessoa que estava no ônibus de turismo ficou ferida com mais gravidade.

Outro caso

Na madrugada de domingo, um ônibus capotou em uma ribanceira de São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo. O veículo – que fazia a viagem entre Curitiba e Rio de Janeiro – capotou em uma curva da Rodovia Régis Bittencourt, na altura do quilômetro 301, sentido São Paulo.

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A Polícia Civil confirmou a morte de 15 pessoas no acidente. De acordo com informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), o veículo da Viação Nossa Senhora da Penha levava 53 passageiros, além do motorista. Entre as pessoas que se encontravam no ônibus, duas eram crianças.

A PRF trabalha com duas hipóteses para explicar a tragédia: o motorista ter dormido ou uma falha mecânica, como informou, em entrevista exclusiva à BandNews FM, o inspetor De Paula.

Ouvido por um delegado e liberado após pagar fiança e fazer exames toxicológicos para apurar se estava alcoolizado ou sob efeito de alguma substância no momento do acidente, o condutor foi indiciado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

Abaixo, os nomes das 15 vítimas fatais do acidente:

Regina Célia Nogueira Guimarães, 58 anos
Nelício Mário Engel, 52 anos
João Paulo Souza Lima, 23 anos
João Paulo Quintanilha Cordeiro, 19 anos
João da Silva Lima, 60 anos
Ademilde Guimarães Salles, 60 anos
Julio Cezar de Oliveira Salles, 65 anos
Justa Lindamir dos Anjos, 55 anos
Daniel Pinel de Souza, 60 anos
Maria Aparecida Alves da Silva, 59 anos
Erico Roberto Bittencourt, 30 anos
Iva Pereira da Silva
Gimena Aranda
Jucileia Justino Leal Santos, 45 anos
Valéria Santos Leite, 46 anos

 

 

«Vale o risco»

O acidente com um ônibus regular que matou 15 pessoas em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, abre a discussão sobre o transporte rodoviário de passageiros. Usuários de ônibus interestaduais afirmam que o preço das passagens compensa na hora de optar por um transporte regularizado ou clandestino. Perto da ponte do Piqueri, na Marginal do Tietê, zona oeste de São Paulo, famílias aguardam a partida, ao lado de malas e cobertores.

Prestes a embarcar em um veículo irregular, o pedreiro Ernandes Lima diz que prefere correr o risco. “Aqui a passagem é mais em conta, né? Lá, eles querem extorquir o pobre então a gente prefere correr o risco, pagar menos e ter condições de ter um pouco mais de dinheiro no bolso”.

O ajudante de eletricista Adeilson afirma que todos da família estão em Minas Gerais e, este ano, não quer ficar longe dos parentes de jeito nenhum. “É que nós ‘tá’ podendo para hoje. [A gente] não tem dinheiro, tem que ir. Meu pessoal ‘tá’ todo lá, estou sozinho aqui. Não quero ficar sozinho nesse fim de ano. É o único jeito que estou achando para chegar lá e ainda ‘tá’ difícil”.

O inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Ricardo de Paula, garante que a fiscalização vem sendo feita. “A PRF tem convênio com ANTT para verificar esse transporte. Alguns policiais que detêm esse conhecimento de especialista estão inseridos nas equipes que trabalham no dia a dia e fazem essa fiscalização. E existe uma outra modalidade, que são as operações temáticas. A PRF monta operações e aí faz comandos específicos de fiscalização de passageiros por meio desse convênio com a ANTT”.

Na blitz dos veículos, são solicitados o exame de saúde do motorista e o seguro obrigatório que todo veículo de transporte de passageiro deve apresentar. Se estiver irregular, o ônibus terá de interromper a viagem, de acordo com o inspetor De Paula.

No site da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), uma resolução de dezembro de 2010 trata da regulamentação do transporte de passageiros sob o regime de fretamento. As viagens devem ocorrer somente com itinerários e horários pré-determinados.

Mudanças

O acidente de ônibus que matou 15 pessoas em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, pode servir para rever as condições de trabalhos dos motoristas, observa o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Paraná, Epitácio Antonio dos Santos. “Defendo que o motorista deveria viajar em dupla. A gente não pode dizer o que aconteceu realmente, mas ele poderia ter sido substituído. A segurança é mais importante que o lucro da empresa”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Santos observa uma outra hipótese, além das levantadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal): falha mecânica e sonolência do motorista. Para o presidente da federação, há chance de que tenha ocorrido um mal súbito. “Qualquer pessoa tem uma queda de pressão. Teria que ver as condições físicas e de saúde. Isso [o acidente] não volta mais atrás. Agora, tem que prevenir para o futuro”.

Por causa do cansaço, tem sido comum, segundo Santos, motoristas se negarem a viajar nessa situação. “Muito melhor parar do que a tragédia que aconteceu agora”.

Cinto

O presidente da federação também alerta para o fato de muitos passageiros estarem sem cinto de segurança no momento do acidente. “O motorista tem que recomendar que o passageiro use o cinto, mas não tem como fiscalizar. [O ônibus] saiu da rodoviária, a maioria dos passageiros tira o cinto. Se tivessem usado o cinto, teriam acontecido menos mortes”.

A viagem em dupla também seria benéfica para que a verificação do uso do cinto fosse realizada, que lembra que as regras para o uso do item de segurança se equipara à do transporte civil aéreo. “É idêntico ao transporte aéreo, só que o motorista não tem a autoridade de um comandante de avião, que pode mandar prender o passageiro. Motorista, como é sozinho, não tem ninguém para dar apoio; está na cabine dirigindo”, observa Santos.

Estrutura

Epitácio dos Santos também pede uma análise sobre a estrutura dos ônibus. No caso do acidente, o segundo andar do veículo foi amassado durante o capotamento. Foi no local que aconteceu a maior quantidade de mortes. “[Tem que ver] se o reforço é suficiente para impedir o impacto. Isso é padronizado, mas acho que tem que fazer uma análise melhor do reforço”.

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