O recurso do Ministério Público que pede a retomada da prisão preventiva da médica Kátia Vargas já está sob análise da justiça. Ela é suspeita pela morte de dois irmãos em um acidente na orla de Ondina, na Bahia.
Os promotores alegam que a liberdade da oftalmologista oferece risco à ordem pública por incitar o sentimento de impunidade na população.
Apesar da liberação, Kátia Vargas vai a júri popular no primeiro semestre do ano que vem por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, sem possibilidade de defesa e perigo comum.
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A revogação da prisão foi concedida na última segunda-feira pelo juiz Moacyr Pitta Lima Filho, com base no comportamento anterior da médica: trabalhadora, boa mãe e inclinada a atos de caridade.
Ainda de acordo com a decisão, a manutenção de um preso nessas condições pode influenciar os jurados e dar uma sensação de julgamento antecipado.
O laudo feito pelo perito Ricardo Molina, um dos mais conhecidos do país e que foi contratado pela família da médica, aponta que não houve choque entre o carro da acusada e a moto de Emanuel e Emanuele.
O advogado de Kátia, Sérgio Habib, vai usar o laudo como mais uma peça da defesa no processo que corre na justiça. Segundo a promotoria, um outro laudo, do departamento de polícia técnica, apontou que o carro de Kátia atingiu a moto.
Atropelamento
O casal de irmãos estava em uma moto e, após uma discussão, teriam sido perseguidos e atingidos pelo carro da médica. O advogado dela, Vivaldo Amaral, acredita que é cedo para se chegar a uma conclusão.
A delegada Jussara Souza afirmou que imagens das câmeras de prédios do bairro de Ondina, onde aconteceu o atropelamento, estão sendo usadas na investigação.