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Promotor quer agir com secretaria no caso dos bailes funk em shoppings

A promotoria de Habitação e Urbanismo de São Paulo pretende entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública para definir como agir nos bailes funk que são marcados em shoppings da capital. “É preciso ter uma solução conjugada”, disse, à Rádio Bandeirantes, o promotor José Carlos de Freitas.

No último sábado, a presença de 6 mil pessoas causou a antecipação do fechamento do Shopping Itaquera em quase duas horas. A pretexto de um baile funk, parte desse grupo participou de arrastões e roubos dentro do centro comercial. Para o dia 14 já está previsto um outro baile no shopping Aricanduva, também na zona leste de São Paulo. O evento, organizado por dois jovens – de 17 e 14 anos –, já tem a presença confirmada de mais de 5,5 mil pessoas.

“É uma manifestação cultural; tem quem goste e quem não goste. Agora, eles estão migrando para o shopping center”, observa o promotor. “Por ser um ambiente privado, de início, a responsabilidade do que acontece dentro do shopping é do administrador [do estabelecimento]. Mas não é papel da polícia dar segurança 24 horas por dia a shopping center; mas se chamada por um arrastão, ela comparece para prestar seu apoio”.

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Caso os shoppings tentem evitar a realização dos bailes funk, Freitas tenta imaginar como seria a ação da administração do centro comercial. “Para essa situação, talvez seja necessária uma alternativa para que não haja abusos. Como é que os administradores vão controlar a entrada no shopping? Qualquer jovem com esse tipo de vestimenta [que lembre funkeiros] vai ser impedido de entrar?”, questiona. “Acredito que dentro de uma situação excepcional, é possível um contato com a polícia. Tudo vai depender de bom senso por uma situação excepcional”.

Associação

Um baile funk marcado para o próximo sábado no shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, causa preocupação na Alshop (Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping Center). “É impossível que não haja confusão. Estamos conversando com seguranças do empreendimento”, diz, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente da entidade, Nabil Sahyoun. “Shopping é um equipamento público, todo mundo frequenta shopping. É impossível um shopping ter segurança para esse pessoal sem interferência do poder público”.

Algumas medidas já estão sendo tomadas, de acordo com Sahyoun. “É tentar não permitir aproximação dentro desse empreendimento. Não pode colocar baile funk dentro de um shopping center. Isso não tem bom senso, a gente não pode permitir que isso aconteça. “São Paulo tem muitos locais em que se pode fazer isso [baile funk] de maneira adequada”.

No evento que resultou no fechamento do shopping Itaquera, na noite do último sábado, os lojistas tiveram um prejuízo de 30%, de acordo com a Alshop. “Era horário de pico, e tivemos furtos. É uma revolta muito grande”, diz Sahyoun.

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