A comissão criada pelo próprio governo de São Paulo para acompanhar a denúncia de cartel identificou falhas nos contratos do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O GEA (Grupo Externo de Acompanhamento das Apurações Administrativas) divulgou um texto sobre os trabalhos que estão sendo feitos. O colegiado recomendou a adoção de novas metodologias para a fixação dos preços de referências dos materiais adquiridos em licitações.
Segundo o GEA, até 2008, tanto o Metrô quanto a CPTM definiam os índices, aplicando correções monetárias em valores atingidos em concorrências anteriores. Com isso, as companhias não aproveitavam fatores que poderiam reduzir os preços, como a evolução tecnológica e o surgimento de novos fornecedores.
A segunda consequência, apontou o grupo, era a propagação automática, para o futuro, de custos que, no passado, poderiam ter sido superestimados. Depois de uma mudança sugerida pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), o Metrô e a CPTM passaram a pesquisar preços com as mesmas empresas que participariam das licitações.
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Questionado sobre o documento, o governador Geraldo Alckmin disse que vai avaliar as recomendações. O GAE é formado por 12 entidades, entre elas a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), o Instituto Ethos e o Transparência Brasil.
Em Brasília, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu pedir explicações ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ela quer informações sobre a atuação dele na investigação feita pela Polícia Federal sobre o suposto cartel; o PSDB acusa o ministro de fazer uso político do caso.