Um impasse entre o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) e o Ministério da Saúde tem deixado profissionais do programa Mais Médicos na capital recebendo sem trabalhar.
O governo federal contratou 16 profissionais no início de setembro para atuar em áreas carentes de São Paulo, entre brasileiros e estrangeiros, mas apenas três médicos estão em atividade.
O problema é que o registro provisório, expedido pelo Cremesp, não foi entregue a 13 médicos. O conselho alega que há problemas na documentação deles. Já o governo federal diz que os órgãos de classe têm feito exigências além das necessárias, para boicotar o programa.
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O Mais Médicos foi criado pelo governo para atender áreas pobres e distantes onde profissionais brasileiros não têm interesse em atuar.
Os conselhos alegam que o programa contrata estrangeiros e brasileiros formados no exterior sem validação do diploma dos profissionais.
Com isso, até o momento, nenhum estrangeiro foi autorizado a trabalhar na cidade. Os três médicos que já atuam são brasileiros formados no exterior.
Os demais já recebem os R$ 10 mil de salário do governo federal, mais o custeio de moradia e alimentação por parte da prefeitura.
A administração municipal diz que os 13 médicos que ainda não atuam têm feito visitas aos locais onde irão atuar para conhecer a rotina dos postos de saúde.
Para tentar resolver o imbróglio, o Conselho Federal de Medicina concordou com mudanças na edição da MP (Medida Provisória) que regula o programa.
Na quarta-feira passada, a Câmara dos Deputados aprovou a MP que cria o programa e prevê que o registro provisório passe a ser expedido pelo Ministério da Saúde. A proposta ainda precisa passar pelo Senado.
Enquanto o problema não é resolvido, São Paulo continua sofrendo com falta de médicos. O déficit de profissionais na capital é de cerca de 3 mil servidores, segundo a prefeitura. As zonas leste e sul são as regiões com maior carência.