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Colegas de Marcelo têm medo de ir à escola

Colegas de Marcelo Pesseghini (à direita na foto) estão com medo de ir à escola | Reprodução/Facebook

Colegas de Marcelo Pesseghini, o garoto de 13 anos suspeito de ter matado a família e na sequência cometido suicídio, estão com medo de ir à escola.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Rádio Bandeirantes, uma das psicólogas contratadas para ajudar os alunos após a tragédia revela que não ficou surpresa com o cenário que encontrou no Colégio Stella Rodrigues. Os estudantes estariam com medo, raiva e confusos.

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As informações passadas por colegas de Marcelo Pesseghini, na semana passada, foram consideradas fundamentais para a investigação da políci

 

Repreensão

O garoto Marcelo, suspeito de matar a própria família na Vila Brasilândia, já havia sido repreendido pela diretora de sua escola por comentários violentos. Segundo o relato, o menino se vangloriou por uma ação do pai – sargento da Rota – que em uma perseguição, teria matado um bandido.

Em outra oportunidade, o menino atribuiu um machucado no nariz a um acidente com uma pistola ponto 40, semelhante a usada nos crimes. Marcelo teria dito que tinha batido a arma no rosto durante uma sessão de tiros com o pai.

Ainda restam sete testemunhas a serem ouvidas no inquérito – são policiais militares que trabalhavam com as vítimas e colegas do garoto. Entretanto, a chegada dos laudos da perícia é imprescindível para a conclusão do caso.

A polícia encerra a semana de investigação com mais indícios da autoria da tragédia familiar. O adolescente teria transportado a ficção de um jogo de videogame para a realidade. O objetivo era eliminar vidas para ganhar «energia», ou seja, pontos.

Os policiais também apuram se algum aluno da escola, que participava ou sabia do grupo criado por Marcelo, também acreditava nos ideais da organização.

Garoto contou

O garoto Marcelo Pesseghini, de 13 anos, contou aos amigos de escola que matou os pais, a avó e a tia-avó um dia após o crime. O caso aconteceu no início do mês, na zona norte de São Paulo. As informações foram divulgadas na última quarta-feira, pela polícia, após novos depoimentos de alunos.

De acordo com a polícia, a revelação foi feita minutos antes do início da aula, no último dia 5 de agosto. As investigações apontam que Marcelo matou a família, foi à escola no dia seguinte, voltou para casa e se suicidou.

Os depoimentos de dois alunos aconteceram no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Um deles afirmou, ainda, que o garoto lhe perguntou: «Se eu morrer, você vai sentir minha falta?». Os dois afirmaram não terem acreditado em Marcelo.

Exames

Exames preliminares feitos com a família de PMs vítima de uma chacina no início do mês revelaram que o sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar); a mulher, uma cabo da PM; a mãe dela e a tia não foram dopados pelo menino Marcelo, de 13 anos, acusado de cometer o crime.

Nesta segunda-feira, novas imagens mostraram o menino apontado pela polícia como autor do massacre deixando a escola. Para a Polícia Civil, Marcelo matou a família, foi à escola dirigindo o carro da mãe, voltou para casa e cometeu suicídio. Novas imagens de câmeras de segurança da região revelam que ao deixar o colégio, ás 11h35, o menino, acompanhado de dois colegas, vai até o carro da mãe, no lugar onde havia estacionado, e fica no veículo por oito minutos.

A suspeita da polícia é que Marcelo desistiu de voltar dirigindo, já que o carro estava apertado entre dois outros. Ele retorna à escola e, de lá, pega carona com o pai de um amigo. No meio do caminho, para novamente, abre o veículo da mãe e segue com o carona.

De madrugada, peritos fizeram testes de tiros na casa onde as cinco pessoas foram encontradas mortas. No teste sonoro, os primeiros disparos de pistola semiautomática foram dados meia-noite dentro da casa onde ocorreu a chacina. Dez minutos depois foram dados mais três tiros.

Com o uso de aparelhos de medição de ruídos, instalados em duas casas, os peritos chegaram à conclusão de que os vizinhos tinham mesmo condição de ouvir os disparos naquele horário em que o silêncio prevalecia na rua dom Sebastião, Vila Brasilândia, na zona norte de São Paulo.

O caso

Um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a mulher – também policial militar, a sogra, de 67 anos, a tia da esposa, de 55, e o filho de 13 anos foram encontrados mortos em duas casas de um mesmo terreno, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.

O crime, segundo investigações da polícia, teria ocorrido no domingo (4), mas só foi descoberto na segunda-feira. O filho do casal de PMs, que também morreu, teria sido o atirador. Depois do crime, ele teria ido à escola, voltado e se matado com um disparo na cabeça.

De acordo com o Comando da PM (Polícia Militar), o sargento da Rota deveria ter entrado no trabalho às 5h e a mulher dele, às 9h. A polícia foi encaminhada até a casa da Brasilândia depois que colegas do 18º Batalhão, da Freguesia do Ó, estranharam a falta da agente.

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