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Reunião com o governador

mario-sergio-duarteTerça-feira foi dia de o governador Sérgio Cabral reunir-se com a cúpula da Segurança Pública para conhecer a evolução da criminalidade no Estado, identificada e analisada com suporte da metodologia do programa de metas e acompanhamento de resultados dos indicadores de criminalidade, sistema implementado em 2009. A rigor não há nada que possa indicar preocupações maiores, algo que nos suscite desconfianças sobre algum desvio grave, ou mesmo descontrole na segurança pública que esteja exigindo o engajamento pessoal do chefe do Executivo. Na verdade, o governador participar de uma reunião de Nível 1, presente na metodologia que prevê acompanhamento e avaliação do processo, é salutar e confortador para os gestores, delegados e coronéis, porque eles podem explicar diretamente ao governador os motivos dos seus insucessos e, aí, pleitear recursos e reclamar necessidades.

Mas, se não há motivos para alarmes, alguns delitos que compõem o grupo dos indicadores estratégicos de criminalidade apresentaram crescimento no trimestre passado, fugindo não só da linha de estabilização, mas produzindo inflexão em sentido oposta à queda que se apresentava desde 2009. Naquela época, para a tranquilidade pública, se precipitaram os roubos de rua e as mortes resultantes dos confrontos polícia-bandido.

Neste caso, não tendo estado presente à reunião ou conversado com quem dela participou, arrisco apostar que o tom foi de cobrança nas orientações passadas às duas polícias por empenho e pró-atividade. Mesmo com atenção a toda engenhosidade científica que envolve o programa de metas, com uso de metodologia PDCA e gráfico Pareto, penso que sobressaiu para o entendimento geral o tom cobrando empenho.

Claro que ele não deve ter puxado a orelha do coronel Luiz Castro, comandante-geral que assumiu agora, porque, no que compete à PM, a gestão do trimestre passado pertenceu ao exonerado Coronel Erir Costa Filho, e os resultados ruins pelos crimes não prevenidos vão-se com ele; acompanham-no na responsabilidade cessada com o ato da sua exoneração. A reunião da cúpula continua hoje com o governador, secretário de Segurança e todo escalão superior da Segurança Pública. Consoante ao estabelecido no programa de metas, um plano de ação deverá ser validado para execução dos gestores. Particularmente, gosto muito do sistema de metas. Foi um salto do “achismo” na direção da “episteme”, que muito além de ser apenas uma palavrinha besta significa “conhecimento seguro”. Para combater a criminalidade é preciso conhecê-la bem.

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