Miranda (à esq.) teve os equipamentos eletrônicos apreendidos quando esteve detido em Londres | Ricardo Moraes /Reuters
Os advogados do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do “The Guardian” que revelou o programa de espionagem do governo americano, devem acionar a Suprema Corte britânica contra o Reino Unido.
Miranda ficou detido por nove horas em um aeroporto de Londres para interrogatório, no domingo, e teve equipamentos eletrônicos apreendidos, com base na lei antiterrorismo do país. A conduta gerou críticas e um pedido de explicações por parte do Brasil.
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No Reino Unido, antes de acionar a Corte, os advogados precisam apresentar uma espécie de carta à parte que será processada. “Nós demos ao governo britânico e à Polícia Metropolitana de Londres a chance de reconsiderarem sua posição nesse caso”, explicou ao Metro Gwendolen Morgan, uma das advogadas de Miranda.
Gwendolen considera que a lei antiterrorismo foi erroneamente aplicada e pede a devolução do material apreendido com Miranda.
O governo britânico, porém, não parece disposto a recuar. Ontem, o Ministério do Interior defendeu a retenção do brasileiro, sugerindo que ele carregava “informações roubadas”. “O governo e a polícia têm o dever de proteger as pessoas e nossa segurança nacional”, afirmou um porta-voz do ministério.
Além de provocar uma disputa com o governo brasileiro, o episódio gerou um intenso debate interno. Os trabalhistas, que fazem oposição ao atual governo, exigiram uma investigação.