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Fundação Casa teria “cota de desinternação”, denuncia ex-funcionária

| Marcello Camargo/ABr
Menores tinham frequência nas aulas alteradas | Marcello Camargo/ABr

Uma ex-funcionária da Fundação Casa – responsável pela internação de adolescentes infratores em São Paulo – denunciou à Rádio Bandeirantes a adulteração de relatórios sobre o comportamento dos menores. O esquema seria conhecido como «cota de desinternação». «Tínhamos que fazer laudos. O diretor olhava o laudo para ver se ele estava do jeito que queria. Ele arrumava palavra, colocava outra». Desta forma, o jovem poderia ser liberado.

Segundo a auxiliar-administrativa, que esteve na Fundação por 11 anos, frases como «o menino não queria ir para a escola» eram modificadas. «O diretor pedia para colocar ‘frequenta aulas normalmente’, ‘participa de atividades lúdicas’. O menino não queria participar e o diretor alterava. E conta ponto ele frequentar as aulas”, relata a ex-funcionária.

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«É muito ruim você, como profissional, ter que alterar o laudo por causa do fluxo de entrada e saída», conta a auxiliar. Ela afirma que ainda hoje o esquema acontece. «Na Fundação, é uma prática normal. É uma máfia muito grande».

Resposta
À frente da Fundação Casa há oito anos, a presidente Berenice Giannella, em entrevista à Rádio Bandeirantes, disse que não há nenhuma determinação para liberaar adolescentes em razão do fluxo de atendimento. «Prova disso é que estamos com as unidades acima da capacidade, 15%, 20% a mais».

De acordo com Berenice, uma sindicância a respeito do caso já havia sido aberta e está para ser concluída. «Mas nenhum deles [funcionários] relatou nenhum tipo de pressão», aponta a presidente, que pede para que a ex-funcionária faça uma denúncia, mesmo que anônima, à Ouvidoria da Fundação. «É importante que ela faça a parte dela, faça sua denúncia, para que a gente possa apurar uma situação que é anterior a minha gestão».

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