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São Paulo promove reforma no ensino municipal

Haddad apresentou nova proposta para o transporte público | Antonio-Cruz-ABr
Haddad anunciou a reforma para o ensino da capital paulista | Antonio-Cruz/ABr

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira a reforma do ensino municipal. Com o programa «Mais Educação São Paulo», Haddad espera melhorar a qualidade de ensino na cidade. “Não vamos querer que nenhum filho de São Paulo chegue aos 9, 10 anos sem saber ler e escrever”, disse.

Segundo o prefeito, o programa não se refere apenas à educação disciplinar, mas “a que envolve esporte, cultura, democracia, cidadania”.

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Pelo plano, o ensino fundamental de nove anos será dividido em três ciclos. O primeiro estágio, começa com a alfabetização, do 1º ao 3º ano. O segundo seria o ciclo interdisciplinar, do 4º ao 6º ano do ensino fundamental. O processo se encerra com o estágio autoral. “Em cada etapa, um tratamento específico”, diz o prefeito.

Hoje, há apenas dois estágios, chamados de Fundamental I (do 1º ao 5º) e II (do 6º ao 9º). O programa tornaria a transição entre os ciclos mais gradativa em vez de um período com um professor generalista e outro com especialistas.

 

Formação de professores

O plano, segundo Haddad, resgatará os CEUs (Centro de Educação Unificado) e valorizará o educador. “Ele [professor] tem como missão de vida não apenas educar, mas se aperfeiçoar continuamente. Ele precisa de baliza para se aperfeiçoar, e ele quer”, afirma o prefeito. “Temos que criar uma rede de formação na cidade de São Paulo”.

Ao todo, Haddad diz que serão 32 polos de oferta de formação continuada para os professores. Outra novidade é que o projeto não está restrito aos professores da rede municipal. “O aluno [do estado] também é um morador de São Paulo”. O prefeito afirma que já acertou a medida com o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).

Os cursos de aperfeiçoamento serão oferecidos, neste primeiro momento, pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A prefeitura ainda negocia para que a USP (Universidade de São Paulo) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também entrem no programa.

 

Avaliação do ensino

A progressão continuada, que impedia a repetência, será substituída por acompanhamento periódico. “Quando falamos de nota, boletim, entendemos que é um instrumento interessante de envolvimento da família, além de baliza para o acompanhamento do aluno. São inúmeras escolas que têm o acompanhamento no ano letivo e nas férias para evitar um mal tão grande que é a aprovação automática”, observa o prefeito.

Das escolas, também serão exigidas realizações de provas bimestrais, boletins com notas de zero a dez, relatórios de acompanhamento e lição de casa regular.

Além da mudança nas avaliações e na grade curricular, o novo plano prevê melhorias na infraestrutura, como a construção de 367 novas unidades para a educação básica. A contratação de novos educadores faz parte do plano. Atualmente, a rede possui mais de 3 mil nomeados e 2,3 mil contratados em regime emergencial.

Haddad diz que o programa não está fechado e sinaliza estar aberto a sugestões. “Há propostas para discutir. É óbvio que elas serão ampliadas. Estaremos abertos para aperfeiçoá-las porque São Paulo merece um plano à altura de sua grandeza”.

O prefeito também acredita que o sistema educacional da cidade está pronto para o programa. “Não tenho dúvida que nossa rede está preparada. A rede física já permite um trabalho de boa qualidade. Temos condições de dar um grande salto. São Paulo precisa, pode e dará esse salto”.

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