Jairo Gurman diz que é muito doloroso receber a notícia de que Gabriella Pereira poderá voltar a dirigir. Ela é acusada de, sob efeito de álcool, ter atropelado e matado o estudante Vitor Gurman, de 24 anos, filho de Jairo, em julho de 2011. Na sexta-feira, a Justiça cassou três medidas cautelares que a impediam de dirigir. Agora, ela possui apenas uma punição administrativa. Com isso, após passar por cursos, ela poderá conduzir veículos, caso o Detran (Departamento de Trânsito) permita.
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O pai se diz desamparado pela Justiça. “Estamos desprotegidos. A palavra é tristeza, dor, indignação”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes. “É um desgaste emocional, como se não bastasse essa dor. E você não tem por onde ser amparado”.
Um dos motivos para que o caso não tenha sido julgado ainda é a falta de um laudo do Instituto de Criminalística, que está há dois anos prometendo os resultados. Apenas com ele a ação poderia voltar a correr na Justiça. “Faz dois anos que meu filho morreu e, até agora, o instituto não passou o laudo”, diz Gurman. “Estamos tratando de algo sério, essa burocracia no nosso país é um retrocesso. Em vez de ir para frente, vamos para trás”.
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Gurman se diz mais indignado quando observa que, das 62 mil mortes no trânsito em 2012, apenas uma pessoa foi presa pelo crime. O pai ainda lembra que, somente no ano passado, 350 mil pessoas ficaram inválidas por causa de acidentes de trânsito. “Infelizmente, a Justiça não está percebendo isso”, aponta Gurman. “A guerra está aqui”.
Apesar das dificuldades em conseguir que o caso seja julgado, o pai de Vitor Gurman diz que seguirá com sua luta. “Me dá mais vontade ainda de continuar”.
Jairo Gurman aproveitou a entrevista para agradecer o acompanhamento do caso pelo Grupo Bandeirantes, por volta do minuto 7 do vídeo. Este ano, o «CQC» flagrou Gabriela dirigindo: