O ex-governador de São Paulo José Serra pode ser ouvido por uma comissão independente sobre as investigações a respeito da denúncia de formação de cartel no metrô paulista. A comissão será formada por integrantes de entidades da sociedade civil em parceria com o governo paulista.
O grupo vai acompanhar as investigações, conduzidas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a possível formação de cartel entre empresas participantes de licitações para a compra de trens do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
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Pedido de CPI
Blindado por sua maioria na Assembleia Legislativa paulista (68 dos 94 deputados), o PSDB pode enfrentar em Brasília uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias de formação de cartel em licitações da CPTM e do Metrô, entre 1998 e 2008. Ontem, o PT iniciou a coleta das 171 assinaturas necessárias para abrir a comissão na Câmara. Líderes do partido acreditam que irão conseguir os nomes até a próxima semana.
Segundo deputados, a decisão da PF de indiciar 10 pessoas que integraram governos paulistas por corrupção e lavagem de dinheiro no caso Alstom deve facilitar a abertura da CPI.
«Está demonstrada a participação de agentes públicos», disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), responsável pela coleta de assinaturas. O PT também aposta no impacto da revelação de e-mails de um executivo da empresa alemã Siemens para aprovar a investigação.
Nas mensagens, o executivo diz que o tucano teria sugerido um acordo entre a Siemens e a espanhola CAF em uma licitação para compra de 40 trens para CPTM. Se o acerto não ocorresse, a concorrência seria cancelada.
O executivo da Siemens afirma que os detalhes do acordo foram discutidos em um encontro em Amsterdã, na Holanda. Serra nega a troca de e-mails e diz que nunca se encontrou com o executivo.
A oposição no Congresso tenta evitar a CPI sob a alegação que o caso é estadual e já vem sendo investigado pelo Ministério Público.
Deputados do PSDB protocolaram ontem um requerimento para convidar o presidente do Cade, Vinícius Marques de Carvalho, a comparecer à Comissão de e Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O convite também será feito a executivos das empresas suspeitas de integrarem o cartel.