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Tarifa do ônibus e tomate derrubam inflação, aponta IBGE

20130808_SP01_V-de-tomateO brasileiro teve um alívio no bolso em julho. A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuou de 0,26% em junho para 0,03% no mês passado, a menor taxa desde julho de 2010 (0,01%).

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a desaceleração foi puxada por dois grupos de peso na renda das famílias: alimentos e os transportes.

O maior impacto foi a queda no preço das passagens de ônibus, após as manifestações que tomaram as ruas do país. As tarifas ficaram 3,32% mais baratas, contribuindo para a queda de 0,66% do grupo transportes. Também caíram as tarifas dos ônibus intermunicipais (-1,69%), trem (-4,13%) e metrô (-4,97%).

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Além disso, os preços dos alimentos também tiveram forte impacto no indicador. Após a alta de 0,04% em junho, o grupo registrou queda de 0,33%, que não ocorria desde julho de 2011. O tomate,  o vilão da inflação durante meses, liderou a queda (-27,25%), seguido por  cebola (-10,9%) e cenoura (-5,04%).

Após a divulgação do indicador, a presidente Dilma Rousseff ressaltou que o  IPCA está em um dos níveis mais baixos para o período. “A inflação está completamente sob controle”, disse.

Em 12 meses até julho, a inflação avançou 6,27%, ante os 6,7% em junho. Com isso, voltou a ficar abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%.

Isso não significa que o Banco Central vai afrouxar o atual ciclo de aperto monetário. A desaceleração em julho já era esperada e a taxa em 12 meses é considerada elevada pelos economistas. As projeções apontam para um aumento da Selic dos atuais 8,5% para 9,25% ao ano no final de 2013.

Para o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy, o segundo semestre de 2013 será marcado por uma alta dos preços menos intensa do que o primeiro semestre. Mas a preocupação é a alta do dólar, que deve pressionar os preços dos bens de consumo como eletrônicos, principalmente em novembro e dezembro.

“O repasse deverá ocorrer caso a cotação do dólar continue no patamar atual, o que se mostra como o cenário mais provável”, completa. Ontem, a moeda norte-americana subiu 0,65%, para R$ 2,3139 na venda, maior patamar em mais de quatro anos.

Um-mês-de-trégua

 

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