Levantamento feito pelo Instituto Emílio Ribas mostra que a maioria dos estúdios de tatuagem da capital não seguem as normas de higiene e segurança exigidos pela Secretaria de Estado da Saúde.
Nos 71 estúdios de tatuagem e body piercing mapeados, 65% dos tatuadores não estavam protegidos contra a hepatite B. E não é por falta de informação: 87% dos profissionais afirmam que sabem do risco de contrair o vírus da hepatite trabalhando. Para se proteger, deveriam tomar três doses da vacina contra a doença.
Segundo o infectologista, Roberto Focaccia, as transmissões mais comuns em estúdios de tatuagem são de hepatite do tipo B e C. A contaminação ocorre pelo contato de uma agulha contaminada com a pele, e pela reutilização de tinta.
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O estudo apresentou outro dado preocupante: 70% dos profissionais lavaram as mãos antes de tatuarem sem técnicas adequadas para controle de infecção (como o uso de álcool-gel). E 26% sequer lavaram as mãos. Para Focaccia, os riscos vão além das hepatites virais. “Lavar a mão de forma inadequada é algo grave, que aumenta os riscos”.
O descarte do material também é inadequado: 83% dos locais visitados não solicitam coleta para resíduos sólidos de saúde. Todo o material vai parar no lixo comum, colocando em risco lixeiros e catadores.
Os tatuadores negam os riscos. “Temos regras rigorosas de higiene. Para entrar no ramo, não é só colocar a luva e sair tatuando. Tem que saber mexer na autoclave, lavar as mão muito bem e usar lixeiras apropriadas para o descarte”, afirma o tatuador Sick Vieira, de 29 anos.