No primeiro dia da segunda fase do julgamento do massacre do Carandiru, o perito criminal Osvaldo Negrini disse que a cena do crime foi alterada antes da realização da perícia. Negrini foi a primeira testemunha de acusação a ser ouvida no tribunal. “As celas foram limpas antes de realizarmos a perícia”, afirmou o perito.
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Ele também disse que, embora houvesse marcas de tiros de metralhadora nas paredes, nenhuma cápsula foi encontrada. Isso seria outro indicativo de alteração da cena do crime.
Segundo ele, não havia indícios de que ocorreu confronto com os presidiários, tese da defesa dos policiais. “Se fosse assim, as paredes [dos corredores] estariam repletas de tiros e haveria cadáveres de policiais”.
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Ontem também foram apresentados vídeos com depoimentos de três detentos que sobreviveram ao massacre. Eles fazem parte do rol de testemunhas de acusação e já haviam sido ouvidos em abril.
Nos vídeos, eles contam que os presos não reagiram, e que não havia armas de fogo em poder dos detentos.
Nessa nova fase, estão sendo julgados 26 PMs que participaram da ação no segundo andar do pavilhão, onde 73 presos foram executados. No total, 111 presos foram assassinados no presídio, em outubro de 1992.
Em abril, o júri condenou 23 policiais a 156 anos de prisão, cada um, pela morte de 13 detentos. Todos recorrem em liberdade. Três policiais foram absolvidos a pedido da Promotoria.
O julgamento será retomado hoje às 10h com o depoimento das testemunhas de defesa. A previsão é de que o júri termine na sexta-feira. Outros três julgamentos ocorrerão este ano. Serão levados aos bancos dos réus mais 53 policiais militares.