A paralisação de duas horas dos delegados paulistas, entre 10h e 12h desta segunda-feira, contou com a adesão de 80% da categoria, segundo informou da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).
Segundo a presidente da entidade, Marilda Pansionato Pinheiro, embora estejam cadastrados 3,4 mil delegados na ativa, atuam somente 3,2 mil. O movimento tem como objetivo reivindicar aumento de salários e também melhoria de infraestrutura.
«É a hora do basta. Com a paralisação, queremos conscientizar a sociedade. Estamos perdendo delegados por causa dos baixos salários e muitos deles estão buscando outras carreiras jurídicas ou migrando para outros estados», relatou a delegada.
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Ela informou que enquanto o delegado no Estado de São Paulo recebe, em média, R$ 5 mil, no restante do país, os vencimentos oscilam entre R$ 25 mil e R$ 28 mil reais.
Ainda de acordo com a presidente, esses profissionais já convivem há 20 anos com o sucateamento do setor. «Falta papel higiênico. Os trabalhadores têm que levar o próprio computador para as suas tarefas. Todo esse quadro já é de conhecimento do governo. Estamos negociando há mais de dois meses», apontou.
Ela explicou que, entre os principais impactos da paralisação do setor, está a interrupção das oitivas e do atendimento ao público.
A Agência Brasil esteve no 3º DP (Distrito Policial), na região central. O atendimento estava normal. De acordo com a assessoria da associação, nas delegacias a adesão à paralisação costuma ser menor.
Mais uma mobilização dos delegados está marcada para as 14h de hoje. Eles sairão em marcha da Galeria do Conjunto Cinerama, na Avenida Ipiranga, até a Procuradoria Geral de Justiça. O ato é em repúdio ao episódio da prisão dos delegados do Denarc (Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico), acusados de envolvimento com o tráfico.
A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela Agência Brasil para comentar a paralisação, mas até o momento não houve retorno.