Após quase 10 anos de debates e regulamentações, o chamado cadastro positivo passará a funcionar. A ideia é que, a partir da próxima quinta-feira, as instituições financeiras alimentem e utilizem informações de um banco de dados sobre os consumidores, para determinar a concessão de crédito.
O banco de dados vai guardar o histórico do comportamento financeiro de quem se cadastrar. “Quando a pessoa contrair uma dívida, o banco vai fornecer para a rede os dados sobre o pagamento”, explica Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.
Assim, a médio prazo, os bons pagadores devem ser beneficiados com condições de crédito mais vantajosas. “Um dos motivos para as altas taxas de juros no Brasil é que os credores não conseguem ter muitas informações sobre os consumidores”, diz Borges.
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O cadastro positivo só não valerá ainda para administradoras de consórcios. Na semana passada, o CMN (Conselho Monetário Nacional) ampliou para junho do ano que vem o prazo para que essas instituições se adequem ao sistema.
Privacidade
O cadastro positivo será administrado por gestores do banco de dados (como o SPC Brasil e a Serasa Experian), com expressa autorização do consumidor.
Os gestores devem garantir o sigilo das informações. “O histórico dirá apenas quando eu fiz o empréstimo e se meus pagamentos estão em dia”, destaca Flávio Borges. “O uso do crédito é confidencial.”
“Esse modelo está presente em mais de 100 países, é uma forma justa e democrática de lidar com isso”, diz Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian.