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Pesquisadores discutem como crianças com asma são afetadas pela pandemia

Artigo publicado na revista científica The Lancet fala sobre como mudanças comportamentais da pandemia afetam crianças com asma e questiona sobre futuro

A asma é uma doença crônica respiratória comum, que costuma afetar as crianças de modo mais leve em comparação a como afeta adultos. Segundo o artigo «Asma em crianças durante a pandemia de Covid-19: lições da quarentena e orientações futuras para conduta», sendo o coronavírus um vírus respiratório, a expectativa era que ele aumentasse os casos de atendimentos de emergência por asma – mas, na verdade, houve uma redução. No artigo, publicado na revista científica The Lancet, os pesquisadores abordam a situação de crianças com asma e levantam a hipótese de que mudanças comportamentais trazidas pela pandemia podem estar entre as razões para essa situação. 

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Os autores do artigo, Atul Gupta, do King’s College Hospital, Andrew Bush, do Imperial College, e Prasad Nagakumar, da Universidade de Birmingham, especialistas em doenças respiratórias pediátricas, afirmam que é improvável que a redução de atendimentos de emergência por asma seja somente porque pais estão lidando com ataques leves em casa. Os pesquisadores dizem que as causas ainda são incertas, mas podem estar relacionadas a certas mudanças comportamentais que estão ocorrendo por causa da quarentena pela pandemia de coronavírus. Como, por exemplo: 

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  1. sem sair de casa, há prevenção da exposição a alérgenos e a vírus respiratórios, como o rinovírus e o vírus sincicial respiratório; 
  2. a quarentena também causou redução da poluição atmosférica, que é um fator já conhecido por influenciar em crises de asma; 
  3. com todos em casa, há uma maior supervisão dos pais em relação aos remédios das crianças. 

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“O desafio é que essas gigantes reduções de ataques de asma não foram alcançadas com novos medicamentos caros, mas sim por mudanças comportamentais. Podemos manter tudo isso pós-Covid-19?”, questiona o artigo. Para os autores, a prevenção a vírus respiratórios deverá ser mais rigorosa. “Precisamos estar mais preparados para manter nossos filhos em casa e não trabalhar, independentemente se eles têm ou não asma? Mais evidências são necessárias para estudar implicações mais amplas desse comportamento para a criança e para a família”, diz o texto. Os pesquisadores destacam ainda a necessidade de maiores esforços para reduzir a poluição. 

O artigo ainda prevê como será a conduta no futuro para lidar com crianças com asma. Para os três autores, «surgirão ocasiões em que consultas cara a cara serão necessárias, mas o padrão no futuro devem ser consultas remotas, não reuniões presenciais”. O texto aponta que as consultas remotas têm muitas vantagens, entre elas a minimização do risco de infecções cruzadas. 

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