Estilo de Vida

Adolescência: é preciso manter a paciência e os cuidados com os filhos nessa fase

Os pais devem ter um olhar atento para estimular a autonomia e a independência dos jovens, e ao mesmo tempo garantir que mantenham hábitos de vida saudáveis

Crianças na fase da adolescência podem se mostrar desafiadoras para os pais, por estarem em um período crítico, de muitas mudanças físicas e psíquicas, e de construção social e afetiva. «É uma etapa em que elas veem o seu corpo se transformar e enfrentam alterações hormonais que mexem com seu humor e ânimo», explica a pediatra Talita Rizzini, coordenadora da Pediatria do Hospital Leforte, em São Paulo. Além disso, há uma tendência ao afastamento dos pais e da família, e uma preferência a ficar com os amigos. Um desejo de independência e autonomia se faz mais presente – características que estão relacionadas à síndrome da adolescência normal.

Em tempos de confinamento, em que a convivência familiar se intensifica e pode gerar conflitos, é importante que a família procure formas de manter o diálogo com os filhos, de modo a tornar essa experiência mais proveitosa.

«Em vez de encararmos essa etapa tão importante da vida como “aborrescência”, resgatemos os cuidados – e também a paciência – que eram dedicados ao bebê e à criança pequena», ressalta Talita.

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Por já serem maiores e capazes de fazer suas próprias escolhas, a especialista afirma que é comum os pais não se preocuparem tanto com a alimentação, os estímulos e o desenvolvimento do filho na fase da adolescência.

«No entanto, as bases de uma boa saúde devem ser semeadas na infância e continuar sendo cultivadas na adolescência para que os bons frutos sejam colhidos na vida adulta e na velhice, visto que muitas das doenças da senilidade podem ser prevenidas com um estilo de vida saudável», ressalta Talita.

É o que mostra um estudo recente, com quase 150 mil adolescentes na Europa e na América do Norte, que mostrou que apenas 4,4% das meninas e 4,7% dos meninos têm um estilo de vida saudável aos 11 anos. Esse índice piora, 0,85% e 1,5%, respectivamente, aos 15 anos. Estilo de vida saudável nessa pesquisa significava realizar alguma atividade física diariamente, passar menos de duas horas por dia em frente às telas, ter o hábito diário de consumir frutas e vegetais, não realizar consumo de álcool e nem de produtos de tabaco.

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«São resultados alarmantes e que demonstram que não estamos dando a devida atenção a um ser que ainda está em desenvolvimento e precisa ser direcionado na realização de boas escolhas», alerta a pediatra. Ela diz que é preciso um olhar atento dos pais para estimular a autonomia e a independência em seus filhos, mas sem que eles deixem para trás bons hábitos, o que poderia trazer prejuízos na vida adulta. «Por mais que já tenham tamanho, ainda precisam da ajuda de um adulto para que organizem suas vidas de maneira saudável», recomenda Talita. E se houver necessidade de um atendimento mais específico, vale procurar ajuda com um hebiatra, que é o pediatra especializado em adolescência.

A fase da adolescência é a etapa do segundo nascer da criança. «Reitero, portanto, meu convite para que essa fase da vida seja acolhida pelos pais como um período fascinante de transição de um ser humano em desenvolvimento, mas que ainda precisa de muitos cuidados.»

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