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Estudos mostram que por causa do isolamento mães gastam 50% mais tempo que pais na assistência às crianças

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Pesquisadores de três respeitadas universidades da Europa – Cambridge, Oxford e Zurique – se uniram para pesquisar o impacto das medidas de isolamento social por causa do coronavírus nas famílias do Reino Unido, que está em regime de “lockdown” (bloqueio total dos serviços) desde 23 de março. O que eles traduziram em números não é uma surpresa. As mães são as mais atarefadas nesta quarentena.

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Elas estão dedicando aos filhos 50% mais do que os pais. E gastam até 30% mais tempo acompanhando as atividades escolares dos filhos do que os pais. A pesquisa mostrou que não importa se a mulher trabalha ou não: elas são afetadas por essa desigualdade de gênero passando cerca de seis horas por dia com os cuidados com as crianças e com a educação infantil.

“Qualquer situação que você tenha, em média, é a mulher fazendo mais e não é porque ela está trabalhando menos”, explicou Christopher Rauh, economista da Universidade de Cambridge. O levantamento apontou ainda que a desigualdade de gênero é maior dentro das casas que têm uma maior renda familiar.

“Estou me sentindo como uma dona de casa dos anos 1950”, respondeu a consultora de marketing Anna Bosworth, mãe de duas crianças, uma de 8 meses e outra de 5 anos. “Não consigo fazer nada de produtivo.” Outra pesquisa, do King’s College de Londres, aponta que, desde o início da quarentena, 57% das mulheres estão se sentindo mais ansiosas e deprimidas. Entre os homens, o número é 40%.

O Working Families, um serviço de aconselhamento jurídico para pais, registrou um aumento de seis vezes em consultas desde que a quarentena começou – 80% por mulheres. Segundo a entidade, trata-se de uma evidência de que mães estão sendo penalizadas e de que falta apoio para trabalhar de casa por conta dos filhos.

Os estudos são do Reino Unido. Mas os relatos das mães ouvidas pela reportagem indicam que os dados não seriam muito diferentes por aqui. Nos grupos de mães da internet chovem relatos sobre a desigualdade de gênero nas famílias. Aqui, como lá, talvez o imaginário coletivo sobre o papel das mães nas famílias não tenha mudado muito desde os anos 1950 (confira ao lado pesquisa sobre a realidade no Brasil). “Tem maridos que passam o dia trancado no quarto, em videoconferência, esperando que a mulher dê conta dos filhos e da casa sozinha, como se ela também não tivesse que trabalhar”, diz a jornalista e consultora Neivia Justa.

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