É indiscutível que todos somos impactados de alguma maneira pelo isolamento social imposto para evitar a propagação do coronavírus. Contudo, as mulheres podem ser consideradas um dos grupos mais afetados.
Isso porque houve aumento o número de casos de violência contra a mulher. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o aumento ocorreu em diversos países que decretaram quarentena.
Em São Paulo, por exemplo, os dados do Núcleo de Gênero e do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrim) do MPSP apontam que em março foram decretadas 2.500 medidas protetivas em caráter de urgência (em fevereiro foram 1.934), o que estabelece um aumento de 30%.
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“Enfrentar uma quarentena é um desafio para todos, mas para mulheres em situação de vulnerabilidade pode ser trágico. No Brasil, onde a população feminina sofre violência a cada quatro minutos e em que 43% dos casos acontecem dentro de casa, essa preocupação é real”, aleta documento publicado pela ONU Mulheres.
Isolamento como cativeiro
O isolamento faz com que muitas mulheres tenham que passar 24 horas e sete dias da semana vivendo ao lado de seus agressores. Muitas vezes, sem recursos financeiros ou família para apoiá-las, elas acabam sem opção de defesa.
“Em um contexto de emergência, aumentam os riscos de violência contra mulheres e meninas, especialmente a violência doméstica, devido ao aumento da exposição e convivência dentro de casa. O que também agrava o total isolamento da vítima, que não consegue deixar seu lar e pedir abrigo para alguém de confiança”, afirma relatório desenvolvido pela ONG Think Olga.
O relatório ainda alerta que as mulheres que sofrem violência enfrentam obstáculos adicionais para deixar seus lares após a violência. Alguns deles são:
- encontrar espaços públicos e capacitados para acolhimento;
- buscar residência em casas de vizinhos, amigos e familiares
- acessar ordens de proteção que salvam e/ou serviços essenciais, devido a fatores como restrições ao movimento em quarentena.
Os principais canais online para realizar denúncias online de violência contra a mulher
Com o isolamento social, a denúncia pode ser tornar ainda mais difícil. O relatório da ONG Think Olga ressalta a importância de garantir a continuidade dos serviços essenciais para responder à violência contra mulheres e meninas.
Além disso, o estudo destaca que medidas como, “trazer alguém da família para casa; esconder objetos pontiagudos; retirar de casa possíveis gatilhos e potencializadores, como bebidas alcoólicas e drogas e avisar familiares e vizinhos sobre o que está acontecendo (não perder contato por outros canais como telefone e Whatsapp, email, e outras redes sociais) podem ser medias importantes de segurança”.
Além disso, há canais que podem ser procurados para denunciar online a violência contra a mulher. Alguns deles são:
Isabot
“A mais nova aliada das mulheres durante a quarentena por coronavírus. Uma robô programada para informar e acolher em casos de violência doméstica ou online”.
Disque 180
“A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato) que tem por objetivo receber denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário”.
Delegacia Eletrônica da Polícia Civil
Em São Paulo é possível fazer a denúncia online na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil.
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH)
As mulheres podem registrar ocorrências pelo site do ministério.