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Ceratocone tem mais chances de ser contraída por quem coça os olhos

Doença é a maior causa de transplante de córnea no Brasil; conheça sintomas, prevenção e tratamento

Coçar os olhos. Quem nunca?  Muitas vezes, não é possível resistir ao impulso. Mas esse simples ato, que aparenta inofensivo, pode desencadear o ceratocone,  doença degenerativa na córnea que afeta uma a cada 2 mil pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Ceratocone.

A condição afeta a córnea, tecido transparente que reveste a frente do olho, funcionando como uma lente natural. Nas pessoas que têm  a doença, ela fica com o formato de um cone, prejudicando a visão.

“Às vezes, tem correlação com alergia, por isso que a coceira está diretamente ligada. Pacientes com alergia ocular têm uma tendência maior a ter o ceratocone”, explica Luiz Brito, oftalmologista e especialista em córnea do Hospital de Olhos.

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De fato, somente 6 a 8% desenvolvem a doença por herança genética familiar, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. “Os fatores externos ainda se preponderam em relação aos fatores genéticos”, explica o oftalmologista.

Ceratocone: como saber

Visão embaçada, dificuldade de enxergar à noite, sensibilidade à luz, imagens duplicadas. À primeira vista, os principais sintomas  do ceratocone se parecem com casos normais de problemas na visão, como miopia ou astigmatismo.

“Nos casos iniciais, às vezes a gente fica na dúvida se pode ser um ceratocone ou não. Na tomografia, nós conseguimos detectar alterações mais precoces”, conta Brito sobre o diagnóstico. A doença costuma se iniciar entre a pré-adolescência e o começo da vida adulta, quando a córnea ainda é mais elástica. Agora, atenção: “O ato de coçar vai distorcendo paulatinamente”, diz Brito.

Sintomas:
• Baixa acuidade visual
• Desconforto visual
• Dor de cabeça
• Fotofobia (sensibilidade à luz)
• Troca frequente dos óculos ou lentes
• Diplopia (imagens duplicadas)

E agora?

O ceratocone se estabiliza naturalmente entre os 35  e os 40 anos, mas pode ser tratado antes.

“O mais importante é ir ao oftalmologista, mensurar que grau está o ceratocone para que se verifique o tratamento adequado. Se o paciente fizer o diagnóstico precoce, é basicamente um acompanhamento a cada seis meses, observando a evolução da doença”, ressalta o médico.

Para quem é diagnosticado com ceratocone em fase inicial, o primeiro tratamento é o bom e velho óculos de grau.  Em casos em que ele não resolve o problema, recorre-se às lentes de contato.

“Às vezes, tem paciente que chega com um caso muito grave, em que nem a lente ou o óculos resolvem”, explica Brito. Mas ele ressalta que nem sempre um tratamento é o suficiente. Muitas vezes eles são  combinados entre si, até mesmo com óculos
e lentes.

O anel intracorneano ou intraestromal é uma opção que consiste na raspagem da córnea e implantação de uma prótese de acrílico no lugar, corrigindo sua curvatura. Outra solução moderna, o crosslinking é um tratamento que minimiza a progressão da doença. Um colírio com vitamina B é pingado no olho afetado, ao qual também são direcionados raios ultravioleta, tornando a córnea mais rígida.

Quando nada mais resolve o problema, o médico pode recorrer a um transplante de córnea, que tem no ceratocone a principal causa, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

Tratamento:
– Óculos de grau
– Lentes de contato
– Anel intracorneano
– Crosslinking
– Transplante de córnea

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