Quando o assunto é problema de saúde ocasionado por dieta alimentar precária – que normalmente se caracteriza por ser rica em calorias e pobre em nutrientes -, logo se pensa em obesidade, diabetes, síndrome metabólica, doenças cardíacas etc.
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Uma condição esquecida, mas que vem se tornando muito preocupante, é a esteatose hepática, distúrbio que se define pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado (hepatócitos).
Conforme o médico endocrinologista, da Associação Brasileira LowCarb (ABLC) Rodrigo Bomeny, trata-se de uma doença preocupante, pois, se o aumento de gordura dentro dos hepatócitos for constante e durar muito tempo, é grande o risco de causar inflamação, que pode evoluir para quadros piores como hepatite gordurosa, crise hepática e até câncer.
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Bomeny explica que existem dois tipos de esteatose hepática: a alcoólica, em que o acúmulo de gordura é provocado por excesso de álcool; e a não alcoólica, em que a pessoa com o distúrbio não tem histórico de ingestão significativa de álcool.
Entre as principais causas do distúrbio está a alimentação rica em carboidratos refinados e açúcar. Normalmente, a doença está atrelada a outros males como obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2.
Segundo o médico, diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, a esteatose hepática é ocasionada pela conversão do excesso de glicose e frutose em triglicerídeos no fígado. “Se a conversão excede a capacidade do fígado de exportá-lo, eles acumulam-se nos hepatócitos”, diz.
Evidências
A doença que já atinge 1/3 de dos adultos norte-americanos e 20% da população em geral. Conforme Souto, uma estratégia que consiste em ter uma alimentação rica em proteínas e gorduras e pobre em carboidratos só pode ser benéfica para o combate da esteatose hepática.
De acordo com Souto, variados estudos feitos em animais e humanos indicaram o benefício da restrição de carboidratos e do aumento de proteínas em relação a doenças hepáticas.
Em um deles, publicado em 2009, no periódico biomédico The American Journal of Clinical Nutrition, voluntários humanos foram introduzidos a uma dieta com alto consumo de frutose por sete dias.
Após esse curto período, constatou-se que os participantes do experimento haviam desenvolvido esteatose hepática, assim como gordura nos músculos e resistência à insulina no fígado, especialmente pessoas com histórico familiar de diabetes.
Outros estudos compararam a eficácia de diversas práticas alimentares no combate à esteatose hepática. Um experimento publicado em 2012, pela revista Diabetes Care, dividiu voluntários com diabetes tipo 2 em quatro grupos.
Os dois primeiros seguiram a dieta da pirâmide alimentar (com pouca gordura e muito carboidrato), mas apenas ao segundo recomendou-se a prática de exerícios. Os dois últimos seguiram uma dieta com ingestão de mais gordura (mono-insaturada). A um deles também foi sugerido atividade física.
“Só houve melhora significativa da gordura no fígado nos grupos que receberam a dieta de alta gordura, independentemente do exercício”, destaca Souto, explicando que estratégia alimentar com prevalência de gordura significa que há diminuição do consumo de carboidratos, ou seja, low carb.