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Comunidade LGBT celebra 50 anos da revolta de Stonewall

Há 50 anos, uma blitz policial de rotina inspirou uma revolta que ficou conhecida como a origem da luta LGBT. Na madrugada de 28 de junho de 1969, frequentadores do lendário bar gay Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, em Nova York, reagiram a uma batida policial no estabelecimento e deram início a seis noites de protesto.

Transexuais, lésbicas, gays, drag queens ou pessoas hoje identificadas como LGBTQ decidiram se posicionar contra o que era uma verdadeira opressão da autoridades. Durante os dias da revolta de Stonewall, mais de duas mil pessoas entraram para a história no ato em que serviu como um divisor de águas para o movimento LGBT nos Estados Unidos e no mundo. O Dia Internacional do Orgulho LGBT, inspirado pelo evento, é comemorado anualmente na mesma data.

«Os tumultos de Stonewall em 1969 foram importantes porque nos EUA, naquela época, um grupo de pessoas decidiu dizer basta.

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Basta com a polícia, a máfia, a discriminação, a necessidade de se esconder», disse à ANSA Cathy Renna, consultora de comunicações da New York City Pride, responsável por organizar a Parada Gay da cidade todos os anos.

Segundo Renna, «mesmo que já houvesse certo ativismo na época, aquele evento em Nova York, especialmente porque atraiu a atenção da imprensa, deu início ao movimento LGBTQ como conhecemos hoje».

Nesses 50 anos, nenhuma década teve avanço tão rápido nos direitos homoafetivos no mundo quanto os últimos 10 anos. Dos 54 países que permitem casamentos ou uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, 39 implementaram a mudança entre 2009 e 2019, período em que o reconhecimento das uniões homoafetivas mais do que triplicou no mundo.

De acordo com a Associação Internacional de Gays, Lésbicas Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (Ilga), somente sete nações – Bélgica, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Canadá e África do Sul – autorizavam o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2009.

No entanto, neste ano, o número registrou crescimento, alcançando 26 países. Ao todo 27 nações previam união civil.

Além disso, a discriminação contra a comunidade LGBT também começou a ser tipificada como crime de 17 para 42 países. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal do Brasil aprovou uma medida que criminaliza a LGBTfobia. A discriminação a LGBTs foi equiparada ao crime de racismo. Hoje, a bandeira arco-íris, símbolo da luta por direitos das populações LGBTI, foi hasteada na Casa da ONU em Brasília, como uma forma de demonstrar o apoio das Nações Unidas ao Dia do Orgulho LGBTI.

Em Nova York, por sua vez, diversas celebrações estão sendo realizadas desde a última quarta-feira (26), quando um concerto beneficente apresentado pela atriz Whoopi Golberg e estrelado por Cyndy Lauper, do sucesso «Girls Just Wanna Have Fun». Hoje, milhares de pessoas se reúnem diante do Stonewall Inn.

Entre os eventos, haverá shows, espetáculos teatrais, exibição de filmes, conferências e um tour gratuito para prestar homenagem a todos os homossexuais, drag queens, lésbicas e transexuais. Durante o final de semana, ainda haverá shows de Madonna e Grace Jones.

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