Estilo de Vida

Tal Ben-Shahar, o professor de Harvard que ensina a “ser feliz”

Ele se formou em Psicologia e Filosofia pela Universidade de Harvard (EUA) e lá conduziu seus estudos até se tornar PhD. Mas a fama veio mesmo quando seu curso de Psicologia Positiva passou a figurar entre os mais concorridos de Harvard. O israelense Tal Ben-Shahar é autor de vários livros sobre positividade e felicidade, inclusive o best-seller do The New York Times Seja Mais Feliz. Veja dicas do professor para serem colocadas em prática hoje.

1. Deixe a infelicidade entrar

Se permita ser real, humano. Você não precisa estar feliz o tempo todo. «Quando negamos as emoções dolorosas e negativas — que são naturais, elas se intensificam”, diz Ben-Shahar. Os sentimentos — raiva, angústia, ansiedade — existem independentemente da nossa vontade. Aceitar esses sentimentos não significa se resignar, pois nós decidimos que atitude tomar a partir dessas emoções.

«Coragem não significa não ter medo. Significa ter medo e seguir em frente apesar disso”, conclui.

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Dica de Ben-Sahar: «Precisamos ter uma espaço na nossa vida para sermos autênticos e realistas, deixando que as emoções ‘passem’. Do contrário, acabamos comprometendo nossa felicidade, saúde e corremos o risco de um ‘burnout’ (crise de esgotamento físico e mental)».

2. Aprenda a lidar com o estresse

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), vivemos uma pandemia de estresse no mundo todo. O estresse prejudica a criatividade e a produtividade no trabalho e desencadeia doenças crônicas, como problemas cardíacos, hipertensão, diabetes e até câncer.

Por que o estresse está aumentando tanto? Estamos sobrecarregados, tentando fazer um malabarismo, acumulando muitas coisas ao mesmo tempo.
Ben-Shahar aponta que a descoberta mais relevante dos últimos 20 anos é que: o estresse não é o problema. Ele tem um potencial positivo e faz parte do sistema de defesa do nosso organismo.

O problema é a falta de tempo de recuperação entre os momentos de estresse — fundamental para o equilíbrio físico e mental.

O ser humano tem total capacidade de lidar com o estresse, desde que ele seja intercalado pelos momentos de recuperação.

“ As pessoas mais bem sucedidas, mais saudáveis e mais felizes experimentam o estresse como todos nós, mas encaixam momentos para recuperação na rotina estressante. Esses intervalos entre as situações estressantes têm a função de reenergizar a nossa vida”, afirma o professor.

Há 3 níveis de “recuperação” do estresse:

Nível micro

  1. Tirar de 10 a 15 minutos para meditar, tomar um café ou apenas caminhar.
  2. Ir à academia com regularidade.
  3. Sair com amigos ou com a família. Nessas situações, o celular deve ficar na bolsa (nada de ficar olhando ou digitando).
  4. Dica: durante o expediente, a cada 2 horas, pare por um minuto e respire lenta e profundamente. Inspire contando até 5 e expire no mesmo tempo.

Nível intermediário

  1. Ter uma boa noite de sono. Para quem sofre com insônia: só o fato de estar na cama, deitado e relaxado, já tem efeito positivo na recuperação.
  2. Aproveitar o fim de semana para descansar, viajar ou fazer programas com a família ou amigos.
  3. Tirar um dia de folga de vez em quando.

“As pesquisas mostram que quem tira um dia de folga ou tem uma boa noite de sono fica mais criativo, produtivo e feliz”, diz Ben-Sahar.

Nível macro

  1. Viajar de férias, pelo menos por uma semana.

«São nesses momentos de descanso que atingimos nosso potencial de saúde e felicidade.”

Pequenas mudanças podem gerar grande impacto, desde que haja regularidade.

3. Valorize os relacionamentos

“Este é o indicador número 1 da felicidade e da saúde: as pessoas que investem em seus relacionamentos são mais saudáveis e mais felizes”, declara Ben-Shahar.
E vale todo tipo relacionamento: romântico, familiar, de amizade, profissional…

O professor afirma que, com o surgimento das mídias sociais, o relacionamento entre as pessoas acabou prejudicado. O problema não são as mídias em si, mas seu uso excessivo.

«O maior vício do mundo atual não é o álcool, as drogas nem o jogo: é a tela do celular.”

Os relacionamentos virtuais não substituem o olho no olho, os relacionamentos pessoais.
Quando não desgrudamos do celular, deixamos de aprimorar nosso foco, engajamento e empatia, qualidades fundamentais tanto na vida pessoal como na profissional.

E conclui citando um estudo realizado em parceria pelas universidades de Harvard e Columbia que mostra que, quando fazemos algo bom para o outro, isso traz benefícios para nós mesmos e para todos ao nosso redor.

No estudo foram selecionados dois grupos de participantes: ambos tiveram seus níveis de felicidade mensurados.

O grupo 1 recebeu uma quantia em dinheiro para ser gasto com qualquer coisa que desejassem: um presente para si mesmo. Depois das compras, os níveis de felicidade foram mensurados e tinham aumentado.
No dia seguinte, essas pessoas foram novamente avaliadas. Os níveis de felicidade voltaram para os anteriores à compra.

Na segunda parte da pesquisa, o grupo 2 recebeu a mesma quantia de dinheiro que o primeiro grupo, mas foi orientado a gastar com os outros doando para uma instituição de caridade, comprando presentes para amigos e familiares… Depois das compras, os níveis de felicidade foram mensurados e tinham aumentado tanto quanto os do primeiro grupo.

A diferença foi que, no dia seguinte, quando essas pessoas foram novamente avaliadas, os níveis de felicidade tinham diminuído um pouco, mas estavam significantemente maiores do que os do grupo 1. Conclusão: doar é receber…

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