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Estudar nos Estados Unidos demanda preparo e planejamento

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Passar no vestibular no Brasil já não é tarefa fácil. Segundo dados do Ministério da Educação, em 2017, 8,3 milhões de matrículas foram realizadas no ensino superior. Apesar desse número ter aumentado mais de 50% do que eram os valores de dez anos atrás, 4 a cada 5 jovens entre 18 e 24 anos ainda estão fora das universidades.

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Para além dos desafios de se graduar por aqui, muitos estudantes planejam se qualificar no exterior. Para ajudar na empreitada, o professor Emílio Costa compilou a sua experiência no livro “Como Ingressar numa Universidade Americana”, a partir do processo de inscrição de seu filho para diversas universidades estadunidenses em 2015. “Tinha planos desde cedo para que meu filho estudasse lá. Eu tive essa oportunidade duas vezes e fiquei muito encantado com o que aprendi”.

De acordo com Tadeu Gualtieri, sócio da Exec, que presta consultoria de recrutamento, o mercado tem bons olhos para os profissionais que fazem uma graduação fora. Especialmente os diplomas das universidades de ponta. Para o consultor, quem faz um investimento desse tamanho, além de ganhar um repertório multicultural, acaba tendo uma visão mais ampla do mercado. Ele alerta ainda que estudos mostram que quem se forma no Estados Unidos sai com uma cabeça mais empreendedora.

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As universidade americanas que mais recebem estudantes internacionais, de acordo com levantamento do IIE (Instituto Internacional de Educação), são, em primeiro lugar, a Universidade de Nova York com 17,326 alunos estrangeiros, em segundo a Universidade do Sul da Califórnia com 14,327 e em terceiro, a Universidade de Columbia com 14,096 estudantes.

Emílio Costa

Professor e autor do livro ‘Como Ingressar numa Universidade Americana’

Para conseguir ingressar em uma boa universidade, é preciso ter uma mistura de boas notas durante os quatro últimos anos na escola, ir bem nas provas de conhecimento e ainda conseguir reunir cartas de recomendação.

Qual a principal estratégia para os alunos que querem estudar nos EUA?
Os alunos precisam aplicar para dois tipos de universidades: as ‘alvo’, que apesar de serem as preferidas provavelmente serão mais difíceis de ingressar, e as ‘seguras’, que garantem uma chance maior de aprovação. No momento de escolha, é interessante selecionar um número que varia entre 12 e 18 universidades que contemplem ambos os grupos. Além disso, uma boa assessoria de intercâmbio sabe analisar a condição do aluno e as habilidades extracurriculares para indicar as melhores opções.

O que é mais importante no currículo do aluno?
As universidades mais competitivas recebem inscrições de diversos alunos, inclusive dos que têm boas notas e vão bem nos testes. A partir daí, elas avaliam como o aluno é fora da sala de aula, por isso são importantes as atividades extracurriculares: ‘a cereja do bolo’. Em reuniões de pais, eu vi eles tratarem isso com desprezo, como se fosse um apêndice, o que é um erro, pois acaba se tornando um diferencial muito grande, como, atividades de liderança e trabalho voluntário.

Quanto tempo antes é preciso começar a guardar dinheiro?
O custo, segundo especialistas, gira em torno de 30 mil dólares por ano, o que inclui ensino, alimentação e moradia. Agora, com bolsas de estudo é possível pagar menos, cerca de 18 mil dólares por ano. O tempo para começar a se preparar financeiramente vai depender da capacidade de cada família de reservar essa quantia. As bolsas integrais são muito raras. Casos assim são de alunos excepcionais. Se vai para uma escola competitiva americana, já é preciso preparar uma poupança.

Existem diferenças entre as universidades americanas particulares e as públicas?
No Brasil, uma universidade pública é uma universidade gratuita. Isso não existe nos Estados Unidos. Lá, as universidades públicas recebem subsídios dos governos estaduais e por isso são, em geral, mais baratas, mas sem perder a qualidade. No livro, eu procuro mostrar para os pais que existem escolas excepcionais, que os brasileiros nunca ouviram falar, com uma educação excelente.

Neste processo, qual a principal dificuldade encontrada?
Principalmente a manutenção das expectativas, tanto por parte dos pais quanto por parte dos alunos. É preciso ter em mente que isso é um processo de vestibular, mas mais demorado.

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