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Pós-graduação para transição na carreira pode ser oportunidade de crescimento

Francisco Matos, 43, triplicou o salário depois de cursar um mestrado André Porto/Metro

Cursou uma faculdade, está trabalhando na sua área de formação, porém está insatisfeito? Saiba que isso ocorre com mais frequência do que se imagina. Se for o seu caso, não se desespere, mudar de carreira é possível. E acredite: reavaliar suas possibilidades, respeitar os próprios sentimentos e optar por uma mudança de rota pode ser uma excelente oportunidade de crescer profissionalmente.

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Especialistas garantem que as chances de alguém ter sucesso na profissão é bem maior quando ela se sente bem com o que faz. E um dos caminhos mais seguros para essa transição é investir em uma pós-graduação.

Formado em letras, Francisco Matos, 43, durante 10 anos deu aulas para turmas de ensino médio em escolas da rede municipal e estadual. Ganhando pouco e trabalhando muito, optou por fazer mestrado e doutorado em turismo, orientado por um professor da graduação, mas ficou com receio de seu perfil ficar meio estranho aos olhos de recrutadores em geral. “Quando se faz uma pós em área diferente da sua formação, corre-se o risco de tornar o currículo discrepante.”

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Mas ele topou se arriscar e conseguiu atingir seu objetivo. Após iniciar o mestrado já começou a dar aulas no ensino superior. “Prestei concurso e ingressei como docente em uma universidade federal”. Dos R$ 3 mil reais mensais que ganhava antes, em pouco tempo, passou a receber cerca de R$ 9 mil. Mas a transição não foi fácil, garante o professor universitário.

“Pensei em desistir, pois sentia muita dificuldade com algumas matérias, como câmbio e economia do turismo”, relembra Matos. A dica dele é: encare uma pós com um objetivo bem específico.

Mudança com critério

É comum querer migrar para uma nova área e utilizar a pós-graduação para isso, afirma Monica Hasner, coordenadora de pós-graduação da Business School São Paulo. “Não há problemas em experimentar outra carreira, mas o profissional deve fazer a escolha com critério, para que exista alguma consistência entre suas mudanças. Caso contrário pode ser caracterizado como um aventureiro.”

Por outro lado, se a mudança profissional for consciente e bem estruturada será bem-vista, avalia Maurício Rios, coordenador dos cursos de especialização da área de Educação e Comunicação do Complexo Educacional FMU. “Fazer uma pós-graduação é fundamental neste processo, pois mostra que a pessoa se preparou para atuação em uma nova área, agregando novas competências e habilidades às suas experiências profissionais anteriores.”

Entretanto, quem for por esse caminho deve levar em conta que a “virada” na carreira pode não ser tão rápida quanto se deseja. Insatisfeita na área de relações internacionais, Marcela Silva, 31, fez uma pós em hotelaria. Hoje, considera-se bem-sucedida, mas ela conta que a transição foi demorada e difícil. “Fiquei um tempo desempregada e tive que aceitar trabalhos em que ganhava muito pouco”.

Entre a saída do emprego anterior, onde trabalhava no setor de imigração, até a ocupação atual, com turismo corporativo, segundo ela, foram dois longos anos. No seu caso, Marcela garante que o segredo do sucesso foi muita paciência e perseverança.

Pensando nesse processo de travessia entre áreas diferentes, vale (e muito) usar a pós-graduação para aquecer sua rede de contatos, observa Marcos Corrêa, supervisor de MBA da Unisal. “Avalie o corpo docente da instituição em que vai estudar, pois professores com experiência profissional são um diferencial.”

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