Estilo de Vida

Reciclagem transforma tubos de pasta de dente em móveis

Aquele tubo que todo mês você trata de apertar ao máximo para não desperdiçar nem um grama sequer de pasta de dente pode render muito mais. A embalagem, que no aterro sanitário demora até 450 anos para se decompor, é matéria-prima para armários, mesas, lixeiras, armação para óculos, telhas e diversos outros produtos. No estado de São Paulo, ao menos duas empresas trabalham com a reciclagem: Ecofour, em Santo André, e Metagreen, em Santa Bárbara d’Oeste.

Além de contribuir com o ambiente, o material tem vantagens em relação aos convencionais, como mais flexibilidade e resistência ao fogo, não absorção de água e funcionamento como isolante térmico. A construção civil foi a primeira a se interessar pelos atrativos.

O produto é utilizado principalmente em telhas. Mas recentemente as placas ganharam atenção especial para fabricação de móveis e utensílios. A Ecofour, instalada desde 2010 em Santo André, tem se destacado na confecção de armários para grandes redes de restaurantes. Adriano David, proprietário da empresa, conta que iniciou a produção porque estava cansado de ver enferrujar os utilizados em sua ferramentaria para guardar pertences de seus funcionários.

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Alessandro Valle/ABCDigiPress Alessandro Valle/ABCDigiPress Alessandro Valle/ABCDigiPress

“Aquilo me envergonhava. Então passei a pesquisar materiais que durassem mais, fossem mais higiênicos e ainda auxiliassem o ambiente.” A reciclagem é realizada triturando os tubos e em seguida derretendo o material até a formação das placas.

A vantagem em relação ao plástico puro é a presença de alumínio, que dá mais flexibilidade ao material final e permite o uso de parafusos, por exemplo. Por causa dos rótulos, o produto final ganha cores granuladas.

David conta que os tubos de pasta de dente descartados das casas ainda representam muito pouco da produção. A maior parte do material vem de embalagens com defeitos que seriam incineradas nos grandes produtores “As pessoas não sabem que é possí- vel essa reciclagem. O potencial para crescimento ainda é muito grande se houver conscientização”, afirma. A empresa mantém convênios com ONGs da capital e cooperativas de reciclagem em Santo André e São Bernardo.

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