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Por que a falta de fósforo no Universo reduz a chance de se encontrar vida extraterrestre

Pesquisadores foram em busca desse elemento químico – crucial à existência na Terra – em planetas novos e se surpreenderam com os resultados.

Muito além dos palitos que usamos para acender fogo, o fósforo tem um grande papel na origem da vida. E uma astrônoma britânica que comandou um estudo sobre a presença de fósforo em supernovas disse acreditar que as chances de vida extraterrestre são menores do que se pensa justamente pela falta do elemento no universo.

«Sob condições químicas pobres em fósforo, pode ser que seja realmente difícil que a vida se origine em um mundo similar ao nosso», disse a astrônoma da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, à agência Press Association.

Utilizando o telescópio britânico William Herschel, localizado nas Ilhas Canárias (Espanha), Greaves e sua equipe buscaram rastros de fósforo e ferro na nebulosa de Caranguejo, localizada a 6,5 mil anos-luz de distância, na constelação de Touro.

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Para sua surpresa, Greaves não encontrou ali suficiente quantidade de fósforo para permitir que surgisse vida em novos planetas tal como a conhecemos na Terra.

Ainda que os cientistas pretendam prosseguir com esses estudos em outros resquícios de supernovas, «a rota para levar fósforo a planetas recém-nascidos parece bastante precária», agregou Greaves.

Em entrevista à BBC, Greaves, que recentemente apresentou os resultados preliminares de suas pesquisas sobre esse elemento na Semana Europeia de Astronomia e Ciência Espacial, em Liverpool, explicou que «o fósforo é um entre apenas seis elementos químicos realmente importantes» para o surgimento de vida.

A seleta lista, prossegue, é formada por carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e, por fim, o fósforo, essencial para o armazenamento e a transferência de energia entre as células. O fósforo, segundo a astrônoma, é crucial ao componente Adenosina trifosfato (ATP), que as células dos organismos vivos usam para armazenar e transportar a energia usada na atividade celular.

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«Como astrônoma, me dei conta de que não havia estudos sobre o fósforo cósmico, então pensei: devemos rastreá-lo desde seus primórdios, em termos astronômicos», destaca.

O fósforo é um dos elementos químicos criados nas supernovas – as maciças explosões de estrelas – e por elas lançados ao espaço.

«Esses elementos viajam e terminam em grandes nuvens de gases na nossa galáxia. Em algumas dessas nebulosas se formarão futuras gerações de estrelas e planetas», explica a pesquisadora.

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