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Por que o eclipse da superlua azul de sangue não será visto no Brasil

Eclipse lunar é o resultado do alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua, mas o país não está na face do planeta que vai enxergar esse alinhamento. Já a superlua estará visível nos céus em qualquer canto do globo.

Um fenômeno astronômico triplo e raro ocorre nesta quarta-feira, último dia de janeiro de 2018: um eclipse lunar total – que gera um efeito avermelhado, uma superlua e a chamada lua azul. Infelizmente, porém, não devemos ver o eclipse no Brasil.

Já a superlua, essa sim, estará visível nos céus em qualquer canto do planeta. A lua azul, por sua vez, é só um nome e não gera um efeito visível.

"O eclipse é o resultado do alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua. Mas nós não estamos na face da Terra que enxerga esse alinhamento. Se a Terra fosse plana isso não seria problema", explica Cássio Barbosa, astrônomo e professor do centro universitário FEI.

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A face da Terra que vai enxergar o eclipse está a oeste do Brasil: América do Norte, Pacífico, Austrália, Nova Zelândia e leste da Rússia.

Isso não ocorre com a superlua, que é um fenômeno que não depende do ponto da Terra onde esteja o observador.

"A órbita da Lua em torno da Terra está longe de ser circular, é uma elipse. A superlua acontece quando a Lua está no ponto mais próximo da Terra e entra na fase cheia. Isso pode ser visto em qualquer lugar que não esteja nublado", diz Barbosa.

Nesta quarta-feira, a Lua estará a 359 mil km da Terra. É bem mais próximo do que a distância média, de 384 mil km. Por isso, ao olhar o satélite, temos a sensação de que ela está maior. Por estar mais próxima da terra, a Lua também fica mais brilhante.

"(Essa) é a terceira de uma série de superluas, quando a Lua está mais perto da Terra em sua órbita e cerca de 14% mais brilhante do que o normal. É também a segunda lua cheia do mês, (fenômeno) conhecido como ‘lua azul’. E a superlua vai passar pela sombra da Terra, com um eclipse total. Enquanto a Lua estiver na sombra terrestre, terá um aspecto avermelhado, algo conhecido como ‘lua de sangue’", diz comunicado da Nasa, a agência espacial americana.

Para quem ficou desanimado, Cássio Barbosa dá uma notícia: em 27 de julho haverá um eclipse lunar visível do Brasil. Mas dessa vez não haverá superlua.

A seguir, os detalhes sobre cada um desses fenômenos que ocorrerão simultaneamente:

Superlua

O termo se refere à Lua cheia no ponto mais próximo em sua órbita ao redor da Terra. Essa proximidade faz com que a Lua aparente ter tamanho maior e ser mais brilhante.

"Quando a Lua está de 10% a 15% maior, a mudança é considerável e visível a olho nu", explicou à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Francisco Diego, professor de astronomia da University College London.

A superlua deste 31 de janeiro será a terceira de algo que a Nasa chamou de "trilogia de superluas", já que o fenômeno também foi registrado em 3 de dezembro e 1º de janeiro.

Eclipse lunar

Neste 31 de janeiro, a Terra, o Sol e a Lua vão se alinhar, provocando um eclipse lunar total.

Na América do Norte, o eclipse será visível antes do amanhecer de 31 de janeiro. Também ficará visível na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e no leste da Rússia. Mas não na maior parte da América do Sul, da África e da Europa Ocidental.

Segundo a Nasa, os observadores do eclipse verão uma grande Lua de cor avermelhada, chamada de "lua de sangue". Isso, explicam os especialistas, se deve ao efeito da atmosfera terrestre.

"É um fenômeno parecido com o pôr do sol do inverno, que fica mais avermelhado. A poluição absorve a parte azulada da luz do Sol. É como um filtro, que barra a luz azul e deixa passar a mais avermelhada", diz o astrônomo Cássio Barbosa.

Lua azul

"A superlua será, além disso, a segunda lua cheia que teremos em janeiro", afirma Diego. "Trata-se de um mês com duas luas cheias. Quando isso ocorre, é chamado de lua azul."

Ou seja, "lua azul" é só um apelido usado para quando ocorrem duas luas cheias no mesmo mês.

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