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Gaúcha mantém projeto de acolhimento a cães, gatos e outros bichos antes da adoção

Nada melhor do que chegar a um lugar e ser bem recebido. Estar no portão do Projeto Majuna, no Lami, no extremo sul da capital Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é garantia de que uma matilha virá correndo, com os rabos abanando e latidos animados, dar as boas-vindas aos visitantes. Junto a eles vem Raquel Majuna, 48 anos, protetora de 97 cachorros, 20 gatos, algumas galinhas e até um boi e um cavalo, que chegaram até ela vítimas de abandono e maus-tratos.

Raquel praticamente nasceu com um instinto para a proteção de animais. “Eu não lembro dessa história, mas minha mãe me contou que, quando eu era bem pequena, salvei um rato de ser comido por uma cobra”, relembra. Desde lá, ela sempre teve a iniciativa de cuidar dos bichos. Já o Majuna existe há 11 anos como um refúgio de 2,5 hectares para cães, gatos e qualquer outro animal que aparecer precisando de acolhimento.

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Abandonados e maltratados, os animais geralmente chegam até a protetora com alguma doença ou lesão mais séria. No sítio, eles recebem cuidados para se recuperarem, comida e, claro, muito amor. Raquel construiu um estrutura que dá conta das necessidades dos albergados. Há canis que separam os mais cachorros agitados dos mais dóceis – para evitar brigas –, para os cães doentes e outro para os que estão se recuperando.

O projeto tem uma intenção educativa também. O Majuna recebe escolas, cujos estudantes ganham uma aula sobre proteção animal e conhecem o drama que o abandono causa na vida dos bichanos. Uma das turmas participantes voltou ao Majuna após encontrar uma cadelinha ferida, que foi tratada e ganhou o nome de Preta. “Essa é uma das poucas que eu não deixaria adotarem”, diz Raquel, mostrando apego pela sua xodó.

Outro cão que chegou no local em estado grave foi o Cruzeirinho. Vítima de um atropelamento proposital nas imediações da Vila Cruzeiro – daí seu nome –, foi resgatado por duas jornalistas. Elas se mobilizaram para garantir o atendimento imediato e internação em uma clínica. Como teve fraturas, atualmente ele se recupera no lar provisório do extremo sul. Depois, vai precisar de um lar definitivo.

Assim como Preta e Cruzeirinho, cada animal do projeto tem uma história de abandono. Raquel analisa que os motivos da rejeição são os mais variados, desde as características dos cães, como latir e brincar demais, até alguma enfermidade. “Pode ver, tem de todas as raças aqui”, disse ela apontando para um yorkshire e um shih tzu, raças nobres.

Saiba como ajudar a causa

Para dar conta das despesas dos animais, que giram em cerca de R$ 6 mil por mês, o Majuna recebe apoio de outros protetores e de padrinhos dos cães. Além disso, é promovido um brechó – que vende roupas e acessórios de R$ 5 a R$ 15 – junto a uma feira de adoção. O objetivo é arrecadar fundos para manter o abrigo e achar um novo lar para os animais. A feira-brechó ocorre dois sábados por mês na Pracinha da Tristeza, que fica no encontro das avenidas Otto Niemeyer e Wenceslau Escobar, na zona sul. A próxima será sábado, das 9h às 17h.

É possível ajudar os cães doando roupas e objetos de pequeno porte que não servem mais para venda no brechó. Também são bem recebidas doações de ração, panos, baldes, cobertores e até tampinhas de garrafa PET, que Raquel junta para vender e arrecadar recursos para continuar sua iniciativa pessoal.

Para ajudar, faça contato pelo telefone (51) 99772-5406

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