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Itália inicia projeto para reproduzir comportamento de estrela em reator nuclear

O governo da Itália enviou nesta segunda-feira (20) seu primeiro ímã supercondutor para o International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), reator experimental criado por meio de uma ampla colaboração internacional para demonstrar a viabilidade tecnológica e científica da fusão nuclear. Com a chegada do primeiro dos 18 ímãs supercondutores destinados ao reator, será possível reproduzir energia imitando os processos que ocorrem no «coração» das estrelas.

O experimento é realizado por meio de uma colaboração entre a Enea, a F4E (Fusion for Energy) e a Agência da União Europeia, que gerencia a contribuição Europeia para o ITER definindo estratégias e colaborando com a indústria.

Até o momento, apenas a empresa ASG Superconductors na cidade de La Spezia, noroeste da Itália, havia conseguido construir o primeiro equipamento magnético.

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O ímã tem fabricação italiana e é o mais sofisticado do mundo, medindo 14 metros de altura e nove de largura. Com 300 toneladas, a peça possui o mesmo peso de um Boeing 747 e o formato de uma letra D gigante. O ITER contará com mais 17 equipamentos magnéticos semelhantes, sendo que outros oito serão produzidos em La Spezia – os nove restantes serão fabricados no Japão. Ontem (20), por volta das 10 horas locais, o imã atingiu 200 toneladas, mais do que um Boeing 787. Ele foi carregado em um caminhão robótico.

Já às 16h locais, as portas do veículo se abriram. O momento simbólico marcou o início da jornada. A bordo do caminhão robótico, a bobina gigantesca começou a sua viagem. A expectativa é que a rota seja completada em quase 12 horas. A primeira etapa é chegar até as instalações da empresa italiana Simic, em Porto Marghera, onde o ímã supercondutor será colocado em uma estrutura de contenção de aço fabricada no Japão.

Depois disso, a carga atingirá o peso de 320 toneladas e seguirá para Marselha, onde realizará sua última viagem até o reator do ITER, localizado no centro de pesquisas de Cadarache, em Saint-Paul-lès-Durance, no sul da França A fusão nuclear é considerada uma espécie de «Santo Graal» da energia limpa e imita o processo que acontece no coração das estrelas, onde átomos de hidrogênio se comprimem e produzem hélio, gerando imensas quantidades de energia.

O projeto ITER nasceu em 1985, por iniciativa dos Estados Unidos e da União Soviética, e mais tarde recebeu a adesão da União Europeia e de países como Índia, China, Japão e Coreia do Sul, totalizando 3,5 mil pesquisadores. Estima-se que a construção do reator custará cerca de US$ 14 bilhões.

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