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Mazda descarta retorno ao Brasil

Impostos elevados e instabilidade do país foram os motivos alegados pelo principal executivo da fabricante nos EUA, Masahiro Moro, em entrevista

O presidente e CEO da Mazda na América do Norte, Masahiro Moro, descartou o retorno da operação do japonesa no Brasil. O executivo afirmou, em entrevista exclusiva ao AutoPapo, que a fabricante chegou a estudar o retorno, mas desistiu depois de considerar diversas possibilidades.  “Primeiro, pelos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro. Segundo, pelas dificuldades para estabelecermos uma fábrica no país”, detalhou Moro.

O executivo explicou que os planos da Mazda para a América, no momento, não incluem o Brasil. “Estamos operando uma fábrica no México e uma parceria com a Toyota para estabelecer uma fábrica nos Estados Unidos. Estes são nossos planos atuais para a América Latina”, enfatizou Moro.

A japonesa Mazda nunca acertou seus passos no mercado brasileiro. É uma das mais tradicionais fabricantes japonesas  e marcou presença no Brasil apenas por 10 anos: começou mal pois sua importadora foi a Mesbla, uma empresa gigante no varejo e na distribuição de automóveis, que faliu em 1999.

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A Mazda teve seus modelos MX3, MX5 e 626 importados de 1990 até 2000. Nesta época, quem tinha seu controle acionário no Japão (34% das ações) era a Ford, que decidiu acabar com a marca no nosso mercado.

Dois grandes conglomerados financeiros japoneses tentaram assumir a Mazda no Brasil: a Sumitomo (grupo Mitsui) e a Marubeni, que importou veículos Nissan para o nosso mercado, antes de a própria fábrica instalar uma filial aqui.

Em 2010 a Sumitomo tentou novamente trazer a marca para o Brasil, mas acabou se associando com a Mazda para construir uma fábrica no México, inaugurada em 2014.

Recentemente quem anunciou o retorno ao mercado brasileiro foi outra asiática, a sul-coreana Ssangyong.  A marca será representada no país pela Venko Motors, do Grupo JLJ. O contrato é válido por 10 anos, com possíveis renovações de cinco em cinco anos. Quatro modelos da fabricante serão vendidos no Brasil: Actyon Sports, Korando, Tivoli e XLV. Todos chegam, segundo a marca, no primeiro trimestre do ano que vem e serão comercializados em duas versões.

Porém, pesa na decisão de outras fabricantes o momento de retração do mercado brasileiro de automóveis. O país chegou a ser o quarto maior mercado do mundo, mas caiu, em 2015, para sétimo e fechou o ano passado na nona colocação.

Linha da Mazda
A gama de produtos da Mazda comercializada nos EUA é extensa.  O compacto Mazda 3, em duas versões de carroceria. O sedã Mazda 6 e três SUVs: CX-3, CX5 e CX-9. Há ainda o MX-5 Miata e MX-5 Miata RF, ambos com a pegada esportiva.

No Salão de Tókio, que abre as portas para  o público no próximo sábado (28) e vai até 5 de novembro, a fábrica fundada em Hiroshima revelou o conceito Kai (foto abaixo), que antecipa as formas do futuro Mazda 3.  O lançamento da versão de produção é estimado para 2019.

Histórico da Mazda no Brasil
A marca japonesa foi fundada em 1929 como fábrica de máquinas e ferramentas e em 1967 começou a produzir automóveis. Entre 1979 e e 2015 a Ford teve grande participação acionária na empresa. No Brasil, comercializou os modelos MX-3, MX-5, 626 e o Protege entre os anos 1990 e 2000.

Há 50 anos,  em 1967, a  Mazda começou a usar o o motor que se tornaria  um dos ícones da marca: o rotativo Wankel. Um motor a combustão interna, mas no lugar dos pistões para comprimir o combustível e gerar a explosão, o líquido é injetado em uma câmara irregular ovalada e um compressor rotativo em forma triangular é responsável pelas etapas de admissão, compressão, explosão e exaustão.

O motor foi desenvolvido pela NSU,  na Alemanha, na década de 50. Foi usado também pela Citroën. Mas quem popularizou o uso foi a Mazda, que insistiu na tecnologia até 2012, quando o RX-8 saiu de linha.

Vira e mexe surge o rumor de que o motor pode voltar a ser usado, pois apesar de não usá-lo mais em veículos de produção o desenvolvimento segue sendo trabalhado pelos engenheiros da fábrica de Hiroshima. Pode ser que volte até como híbrido, como já disseram alguns executivos da marca.

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