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Fórmula 1 quer começar temporada em julho com duas corridas seguidas na Áustria

Depois de nove etapas sofrerem com adiamentos e cancelamentos por causa da pandemia do novo coronavírus, a Fórmula 1 trabalha firmemente com a possibilidade de iniciar sua temporada em 5 de julho, no GP da Áustria. A ideia é que o circuito de Spielberg, de propriedade da equipe Red Bull Racing, também abrigue uma segunda prova, no domingo seguinte, dia 12. A expectativa é que o calendário provisório seja divulgado nesta semana pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).

Além de haver mais tempo para o controle da doença, a escolha por Spielberg também é geográfica, já que a região é isolada das principais cidades austríacas e fica numa área rural, com população baixa. O plano é a prova ser fechada para o público e confinar todos os profissionais indispensáveis para o evento e deslocá-los apenas para a corrida. Além disso, todos os credenciados seriam testados para covid-19 antes do evento.

Na segunda-feira (27), inclusive, foi anunciado o cancelamento do GP da França, que estava marcado para 14 de junho. O mesmo deve acontecer nos próximos dias com a corrida do Canadá (28 de junho).

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Além da Áustria, a corrida da Inglaterra também segue prevista, mas isso depende da liberação das autoridades sanitárias locais. A Hungria já manifestou intenção de manter o evento, o mesmo que deve acontecer com as etapas de China, Vietnã e Azerbaijão, onde há apoio do governo e a doença está mais controlada.

Já para Interlagos, a história ainda está nublada e não há posicionamento oficial para a corrida agendada para o dia 15 de novembro. O que se sabe apenas é que é o último ano de contrato da F-1 com São Paulo e o Brasil é um dos países que não pagam taxas pelo GP. Além disso, sendo fora da Europa, epicentro da categoria, a logística é mais complicada para as equipes.

‘Olho roxo’

Além do impacto esportivo, o não acontecimento das corridas também gera bastante desfalque financeiro. O tamanho do prejuízo foi ilustrado pelo austríaco Franz Tost, chefe da equipe AlphaTauri.

“Perdemos receita proporcional se corridas não forem disputadas. Se deixamos de correr um GP, isso custa entre 1,5 milhão e dois milhões de euros (de R$ 9 milhões a R$ 12 milhões). Se começarmos em julho, vamos sair dessa apenas com um olho roxo. Se isso não acontecer, a situação ficará crítica”, declarou.

Pilotos devem se arriscar mais por haver menos provas

A temporada de 2020 da Fórmula 1 será bem mais enxuta do que estava planejado no início do ano por conta da pandemia de coronavírus e isso deve mudar também o comportamento dos pilotos na pista. Para o monegasco Charles Leclerc, piloto da Ferrari, menos corridas podem significar mais agressividade.

“Com cada vez menos corridas previstas, as pessoas vão querer correr mais riscos para ganhar pontos, já que terão menos oportunidades de recuperá-los depois. Portanto, podemos ter algumas surpresas e certamente será emocionante assistir”, disse Leclerc em uma entrevista por videoconferência realizada no site oficial da Fórmula 1.

Para Leclerc, porém, nem isso muda o panorama de favoritos: “Mercedes e Lewis Hamilton ainda são os favoritos,  mas provavelmente todos nós vamos arriscar um pouco mais na pista. Estratégias arriscadas, ultrapassagens arriscadas.”

FIA dá mais poder para si própria

A FIA realizou uma alteração importante no regulamento da Fórmula 1, garantindo mais poder a si própria. A entidade adicionou uma cláusula de salvaguarda durante “circunstâncias excepcionais”. Na prática, a FIA não precisa mais da unanimidade das equipes para realizar alterações nas regras – agora precisa ter apenas a maioria dos votos.

A medida convenientemente foi tomada em um momento de debates acalorados na categoria diante da possibilidade de um novo teto orçamentário, que ficou ainda mais “excepcional” por causa da pandemia.

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