O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, confirmou nesta terça-feira (24) que a Olimpíada de Tóquio foi adiada para 2021. Os jogos estavam previstos para iniciar no dia 24 de julho, mas pedidos de delegações e ameaça de boicote do Canadá influenciaram na decisão de levar o evento para o ano que vem.
Segundo o Abe, o Japão pediu ao COI (Comitê Olímpico Internacional) o adiamento de, pelo menos, um ano para os Jogos Olímpicos. «Em uma conversa com o presidente Thomas Bach, pelo telefone, propus este remanejamento. E ele o respondeu com 100% de acordo», disse Shinzo Abe a repórteres, em Tóquio. A nova data ainda não foi definida.
O adiamento é resultado do avanço do novo coronavírus pelo mundo. Até as 9h30 desta terça, já foram confirmados 384.429 casos de covid-19, sendo 265.302 ativos, 102.536 recuperados e 16.591 óbitos. Até poucos dias atrás, o COI, juntamente com o Comitê Organizador de Tóquio e o governo japonês, insistiam em que não havia planos para adiar a Olimpíada.
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Diversos comitês olímpicos pelo mundo, inclusive o brasileiro, se manifestaram pedindo que o evento não fosse realizado na data marcada porque os treinos dos atletas estavam sendo prejudicados pelo risco de contágio do vírus. Em um comunicado, o Comitê Olímpico do Canadá declarou que “tomou a difícil decisão de retirar-se da próxima Olimpíada, após consultar atletas, dirigentes de federações e o governo canadense.”
“Reconhecemos que postergar os Jogos Olímpicos de 2020 é algo complexo, mas que não há nada mais importante do que a saúde e segurança dos atletas e comunidade mundial”, diz a nota.
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No sábado (21), o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) divulgou uma nota, assinada por seu presidente, Paulo Wanderley, também recomendando o adiamento dos Jogos Olímpicos para o ano que vem. “Como judoca e ex-técnico, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar os Jogos, em suas melhores condições. Mantê-los para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude.”
A favor de um adiamento, o ministro da Saúde da França, Olivier Véran, chegou a afirmar que, caso a data não fosse mudada, não gostaria de que seu país não enviasse delegação para Tóquio.
Comitês Olímpicos da Espanha, Noruega, Austrália, Eslovênia e França e as federações de Atletismo e Natação dos Estados Unidos, também defendem o adiamento. No sábado, 75% dos 300 atletas americanos consultados se manifestaram contra a realização dos jogos no Japão neste ano.
“Nosso objetivo neste momento é que atletas tenham o tempo necessário para se prepararem física, mental e emocionalmente, e agora a prioridade é que cuidem de si e de suas famílias”, escreveu Max Siegel, presidente do USATF, o organismo que organiza o atletismo nos Estados Unidos.