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Pan-Americano: Bia Bulcão fala sobre primeira medalha do florete feminino brasileiro

A Mosqueteira do Brasil! Bia Bulcão fala ao Metro sobre a conquista da primeira medalha da história do florete feminino brasileiro, em Jogos Pan-Americanos.

Bia, você conquistou a primeira medalha da história do florete feminino em um Pan. Como foi isso?
A conquista desta medalha não começou hoje. Para me aprimorar, mudei meu jeito de treinar. Mudei até de país. Decidi morar na Itália, em Frascatti, para ficar mais perto de Copas do Mundo e de pontos no ranking para ficar mais perto das Olimpíadas de Tóquio, em 2020. E é bom ver o trabalho aparecendo, depois destas mudanças. Claro que eu queria ter vencido, mas acho que a missão está cumprida. Ganhei a primeira medalha do florete feminino brasileiro, em Jogos Pan-Americanos, então tenho que comemorar.

Você terminou os seus combates melhor do que no começo do dia. Por quê?
A primeira parte do dia da minha competição, em Lima, começou difícil. Durante a fase classificatória, eu não estava jogando da forma que queria. Depois, para a fase eliminatória, esfriei a cabeça e decidi que, se quisesse avançar, teria que zerar tudo e começar outra competição. Aí fui com garra e dei tudo para conquistar o pódio, que tinha nos escapado, há quatro anos, em Toronto, por um toque.

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E o que você fez para mudar?
Comecei meu dia de competição tensa, nervosa, sem conseguir me concentrar muito no que interessava, que era o jogo. Na Esgrima tudo acontece muito rápido. Você não pode bobear em um combate. Controlei as minhas emoções e fiz os combates mais focada. Minha adversária no combate que valeu medalha, a mexicana Nataly Silva, é bem forte. Já tinha enfrentado ela no Pan de Guadalajara, em 2011, e perdido. Desta vez, deu tudo certo.

Qual a sensação de ter uma medalha do Pan no pescoço?
Ainda não acredito que ganhei esta medalha. Há doze anos no Rio, não perdi uma prova de Esgrima, no Pan de 2007. Já praticava o esporte e sonhava um dia estar no pódio em uma competição daquele tamanho. O dia chegou. Eu sempre quis ganhar esta medalha, até porque o florete feminino nunca tinha conquistado uma. Agora o meu próximo sonho é repetir a façanha nas Olimpíadas.

Por que você precisou sair do Brasil para melhorar o seu nível?
Infelizmente, a estrutura no Brasil não é tão boa. E, principalmente, não há tantos atletas de bom nível com os quais eu possa treinar. Agora, eu treino com a campeão olímpica da minha modalidade. Na Esgrima você precisa ter este combate com os melhores. São eles que fazem o seu nível evoluir. Não é fácil ir embora, um atleta como eu tem de abrir mão de muitas coisas. Vivo em função da Esgrima. Treino de manhã, descanso, um pouco, treino até de noite. É puxado, mas esta medalha mostra que tudo está valendo à pena.

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