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Pan-Americano: ‘Foi a vitória da ousadia’, diz Lena Guimarães Ribeiro sobre ouro no stand up paddle

Medalha de ouro, em uma prova emocionante na Corrida do Stand Up Paddle feminino, Lena Guimarães Ribeiro conta ao Metro como venceu o mar agitado.

Qual foi a sua estratégia para ganhar a prova de stand up race?
A única chance que teria, era ser a mais audaciosa, na prova. Fui por lugares que poderiam ser perigosos, mas que podiam me dar a oportunidade de aproveitar uma onda, que me permitisse ganhar. Eu poderia ter sido conservadora e brigar por um bronze, talvez uma prata. Decidi arriscar tudo pelo ouro.
E o mar estava muito agitado… As condições do mar estavam muito desafiadoras, mesmo. Não era fácil ficar em cima da prancha. Tanto que caí. A [americana] Candice [Appleby], que é exímia nesta modalidade, teve dificuldades na prova. Mas, eu tinha trabalhado para dar o meu máximo e enfrentar condições de mar, que eu nem imaginava que pudesse encarar. Nos dias antes da prova, em dias de chuva e mar mexido, eu era a única que ia para o mar treinar. Foi a vitória do trabalho, da dedicação e da insistência. Eu não era a melhor na prova. E o mar estava difícil. Eu poderia ter sido conservadora e brigar por um bronze, talvez uma prata. Decidi arriscar pelo ouro. E mesmo depois de ter caído da prancha, eu queria terminar a prova, de qualquer jeito.

Quando você cruzou a linha de chegada, na praia, tinha alguma ideia de que tinha conquistado medalha de ouro?
Não fazia a menor ideia do que estava acontecendo. Quando via as pessoas gritando na praia, achei que estava na briga pelo tendo que completar a subida na praia que, naquela altura, parecia uma montanha. Eu não sabia o que tinha acontecido com as outras competidoras. Estava com muita dor nas pernas, só queria mesmo era terminar a prova, o mais rápido possível.

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Ou seja, você cruzou a linha de chegada sem saber que tinha vencido?
É, sim. Eu nem sabia em que posição eu estava. Para mim, eu estava brigando por um lugar no pódio. Quando percebi que tinha cruzado a linha de chegada, em primeiro, desabei. Passa muita coisa pela cabeça, cada detalhe. Não cheguei sozinha a esta medalha. Foi muito treino na água, salgada. Eu e o Américo (Pinheiro), meu marido e treinador, estudamos detalhes, viemos, antes, para o Peru para treinar e conhecer as condições do mar. Competir no Pan, era um desafio técnico e mental. Eu não sou surfista e não venho de um histórico de surfe. Eu vim da quadra. Apesar de ter vencido a seletiva para o Stand Up Paddle, teve momentos que eu achava que deveria dar lugar a outro atleta, mais experiente.

Como assim?
Eu jogava handebol, na adolescência fui até da seleção sub-16. Comecei no Stand Up Paddle, inicialmente, como um lazer, lá em Cabo Frio. Aí o Américo, meu marido e, agora, treinador, que é surfista, viu que levava jeito e me incentivou a treinar. Fui gostando, mas nunca imaginei poder competir nas mesmas ondas do que a Candice ou o Connor. Eram atletas que eu via de longe e nem sonhava em poder competir lado a lado. Ela é a melhor do mundo, mas ressaltou que eu treinei muito. Foi a vitória do trabalho, da dedicação e da insistência. Eu não era a melhor na prova. Foi a  vitória da ousadia e do trabalho.

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