Após duas semanas de treinos na Granja Comary – e muita turbulência nos últimos dias com a acusação de estupro contra Neymar, que envolveu até a presença da polícia em Teresópolis –, Tite definiu a equipe que vai enfrentar o Qatar, no amistoso de hoje, às 21h30, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Ao lado de Ederson, Daniel Alves, Miranda, Marquinhos, Filipe Luís, Casemiro, Arthur, Philippe Coutinho, Richarlison e Gabriel Jesus estará Neymar, a pedido do próprio jogador, que agora também responde por vazamento de imagens íntimas (veja ao lado).
O treinador teve longas conversas com o jogador, que desabafou, chorou ao comentar e negar a acusação. Além de também ter pedido para seguir no grupo. “Eu tive duas conversas com Neymar, de cunho particular. Isso é meu e dele. O que posso afirmar são os três anos de convívio e os assuntos pessoais que tratamos foram sempre leais e verdadeiros”, disse. Sobre como estaria o psicológico do jogador, Tite foi evasivo: “A cabeça dele fica nessa relação que sempre tive com ele. Mas a Seleção está acima de todos nós, assim como o senso de equipe.”
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Depois de Tite foi a vez de Rogério Caboclo, presidente da CBF, se manifestar sobre a acusação de estupro contra o atacante. “Não há expectativa alguma de que o Neymar não esteja na Seleção na Copa América. Estamos acompanhando atentamente, mas temos total confiança nele, sabemos a pessoa que é, o homem que é, o atleta que é. Esperamos que tudo será esclarecido o mais rapidamente possível”, declarou o cartola, que ainda falou sobre o possível risco de demissão de Tite em caso de fracasso no torneio continental: “Claro que a pressão existe e queremos o título. Em relação ao Tite, ele fica no cargo independente do resultado.”
O segundo amistoso acontece às 16h de domingo, no Beira-Rio, em Porto Alegre, contra Honduras. Depois a equipe parte para a estreia na Copa América, dia 14, no Morumbi, contra a Bolívia.
Entenda o caso
Em 17 de maio
Uma acusação contra Neymar foi registrada em uma delegacia de São Paulo. A autora afirmou ter sido estuprada pelo jogador dois dias antes no quarto em que estava hospedada no Hotel Sofitel Arc Du Triomphe, em Paris.
A ACUSAÇÃO
A mulher contou que Neymar pagou suas passagens e hospedagem – ele teria ido ao hotel “aparentemente embriagado”. No documento consta que “durante a troca de carícias, Neymar se tornou agressivo e, mediante violência, praticou relação sexual contra a sua vontade”
21 maio
Seis dias depois da suposta agressão, a mulher realizou um laudo médico. O documento, concluído na última segunda-feira, aponta hematomas, problemas gástricos, perda de peso e sintomas de estresse pós-traumático
31 de maio
O Boletim de Ocorrência é registrado pela denunciante no na 6ª delegacia da Defesa da Mulher, em Santo Amaro, São Paulo
1º de junho
Em sua única manifestação pública desde então, Neymar postou um vídeo – que foi retirado pelo Instagram dois dias depois por conter conteúdo impróprio. Para se defender da acusação, o jogador expôs toda a conversa e as fotos íntimas que recebeu da denunciante, sugerindo sua inocência
É CRIME
A ação, porém, é sujeita a ser enquadrada no artigo 218-C do Código Penal, que trata da divulgação de conteúdo relacionado à nudez ou pornografia sem a devida autorização dos envolvidos – a pena prevista para este tipo de crime é de um a cinco anos de reclusão
3 de junho
Na última segunda-feira, Policiais da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) foram até a Granja Comary, durante o treino da Seleção, para entregar uma intimação a Neymar pela divulgação da troca de mensagens. A defesa do atacante informou que, assim que for chamado, ele irá voluntariamente à delegacia
O pai do jogador, Neymar da Silva Santos, falou à Band sobre a decisão de expôr a conversa: “Eu prefiro um crime de internet ao de estupro”. Ele também disse que o filho foi vítima de tentativa de extorsão. Mãe e irmã de Neymar também fizeram postagens defendendo o jogador
TERÇA-FEIRA, DIA 4
O ex-advogado da denunciante falou sobre ter deixado o caso. À Rádio Bandeirantes, José Edgard Bueno alegou que a mulher mudou a versão: “Ela havia dito que foi consensual e que houve agressão durante o ato, não estupro”. A mulher foi convocada para prestar depoimento – a data e o motivo não foram revelados.